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Maus-tratos em família e abuso sexual aos 10 anos
Reportagem

Maus-tratos em família e abuso sexual aos 10 anos

|violência |Relatório disponibilizado pela Justiça mostra que história de vida da adolescente trans aponta para uma infância sem direitos
Edição Impressa
Tipo Notícia
O perfil social da adolescente que teve a identidade de gênero reconhecida pela justiça cearense não é diferente do retrato de vulnerabilidade de crianças e adolescentes que sobrevivem nas zonas miseráveis de Fortaleza ou nas áreas menos assistidas nos municípios do interior do Estado.

[SAIBAMAIS]

Os 14 anos de vida da adolescente trans, internada numa unidade feminina do Ceará reporta maus-tratos, fim dos vínculos familiares, abandono, analfabetismo, fome, transtornos emocionais, preconceito por causa de sua identidade diversa de gênero e outras feridas decorrentes da exclusão social.

 

Segundo um Relatório Circunstancial repassado ao O POVO pelo juiz Eduardo Gibson, a adolescente ao ser apreendida por infração análoga a um crime sexual disse às socioeducadoras que não percebia como errado o ato infracional que lhe foi imputado até sua apreensão. Uma vez que a própria jovem teria sofrido violência sexual aos 10 anos de idade.

 

Não por menos. O POVO apurou que, desde os 11 anos, a adolescente faz acompanhamento na Rede de Atenção Psicossocial de forma continuada. Tendo passado por dois Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

 

De acordo com o relatório, a jovem faz uso de pelo menos três medicamentos para estabilizar o humor, de um ansiolítico e um remédio antidepressivo. Em seu histórico estão relacionados instabilidade emocional, agressividade e indicadores de déficit do desenvolvimento cognitivo.

 

De acordo com o relatório, são aspectos que estão relacionados diretamente com a experiência de violência que ela vivenciou desde o início da infância.

 

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