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Governo Estadual nega redução de vagas no Ceará
Reportagem

Governo Estadual nega redução de vagas no Ceará

| Vagas regionais | Cerca de 800 leitos foram distribuídos nos três hospitais inaugurados nos últimos sete anos
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Com a entrega de aproximadamente 800 leitos de internação distribuídos nos três hospitais públicos inaugurados nos últimos sete anos ? Hospital Regional do Cariri, Hospital Regional Norte e Hospital Regional do Sertão Central ?, o Governo do Ceará assegura que, na rede estadual, não houve retração de vagas, e sim incremento na rede. Pelo relatório da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o Estado teria sofrido déficit de 1,11%.

 

"Antes, o Ceará concentrava toda a atenção especializada em Fortaleza, o que prejudicava os acessos a consultas, exames e cirurgias. Hoje, a rede própria garante 1,2 milhão de atendimentos mensais", afirmou, em nota, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

 

A pasta endossou ainda que, desde 2008, foram acrescentados cerca de 200 leitos ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF), 160 ao Hospital Doutor Carlos Alberto Studart Gomes (Hospital de Messejana) e 100 ao Hospital Geral Doutor Waldemar de Alcântara.

 

No entanto, por não intermediar os casos de contratação de leitos SUS diretamente entre municípios e Governo Federal, a Sesa não soube afirmar se, nos últimos anos, haveria tido diminuição de vagas em hospitais que não fossem administrados pela rede estadual.

 

O Ministério da Saúde argumenta que a diminuição dos leitos de internação no Brasil se deve, entre outras causas, a uma tendência de desospitalização puxada por melhoria na atenção básica.

 

No entanto, pelo menos em nível estadual, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec), Helvécio Neves Feitosa, afirma que a assistência primária não funciona suficientemente bem para desobstruir hospitais secundários e terciários.

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"Tudo vai pra hospital terciário (de alta complexidade) e falta leito pra quem realmente precisa dessa estrutura", argumentou Helvécio.

 

Segundo ele, somente com a organização da rede e com o estabelecimento de um piso para controlar a participação do Governo Federal no financiamento da saúde, assim como é cobrado de estados e municípios, é possível melhorar.

 

Carla Albert, consultora de saúde da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), acrescenta que também é necessário que os estados cumpram prazos dos repasses financeiros aos hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para que não haja comprometimento do atendimento e, consequentemente, descontinuação. "O Ministério, ultimamente, tem pagado em dia", considerou.

 

Ela também sugeriu que fosse investigado o perfil da população por região para que fosse readequada a oferta de leitos. (Luana Severo)

 

Sesa

 

"Antes, o Ceará concentrava toda a atenção especializada em Fortaleza, o que prejudicava os acessos a consultas, exames e cirurgias", diz nota da Secretaria da Saúde do Estado, sobre hospitais regionais

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