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Concorrência como desafio
Reportagem

Concorrência como desafio

ESTRATÉGIAS. Mercado
Edição Impressa
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A dificuldade de emprego e a crise econômica fez com que as pessoas reavaliassem os gastos. Este foi um dos motivos para a procura pelos centros comerciais de venda de roupas e vestuário. Com público abrangente, preços competitivos e uma estrutura eficiente, o aumento da concorrência tem sido um dos principais desafios para quem atua no setor de atacarejo.

 

Nos últimos dois anos cresceu bastante o número de centrais populares de vendas. Diante disso, conforme lojistas, o diferencial e a qualidade é a aposta para vender mais.

 

Dono de duas lojas em centros comerciais populares, o empresário Jean Silva, 30, conta que trabalha há mais de 10 anos no setor e que percebe a migração de classes econômicas há cerca de três anos.

 

"Você está vendo que a concorrência é gigantesca, então tem que ter um produto diferenciado e bom, com preço atrativo que atenda clientela, mas é um risco que eu tenho que correr porque estou vendendo um vestido de primeira qualidade por R$ 80 ao lado de lojas que vendem a R$ 30", diz.

 

Com box no Centro Fashion Fortaleza, a microempresária Gracielle Moreira, 35, conta que busca referências inclusive em semanas de moda nacionais como Minas Trend. "O nosso objetivo é ter uma marca com uma modelagem perfeita, um tecido de estampa exclusiva e que nossa cliente possa vir várias vezes e comprar várias roupas com o preço que iria comprar um macacão. A gente tem uma modelista que trabalha para uma fábrica nobre. A gente quer mostrar para nossos clientes que podem ter um produto bom com o preço melhor".

 

A junção das formas de venda de atacado e varejo impactou locais que vendem exclusivamente no atacado. É o caso do Maraponga Mart Moda. "Hoje é muito mais fácil uma pessoa ter produção própria e vender. Aqui, para se destacar nós estamos sempre nos atualizando nas tendências, criando boas condições de venda e investindo bastante é redes sociais e blogueiras", conta Adrielle Duarte, 28, gerente de loja há mais de seis anos.

 

Roberto Kanter, professor da Fundação Getúlio Vargas, concorda que esta é a principal saída diante da concorrência. "Essa pessoa que projeta, naturalmente, vai ser favorecida pelo mercado, seja de maneira informal, no boca a boca ou nas mídias sociais. Se todo mundo quiser legging preta vai ter muita gente vendendo legging preta, mas os que tiverem um pouco mais de cuidado, trabalharem o produto, vão ter um sucesso maior".

 

Ele ressalta ainda, que apesar da crise, o preço não é o único fator preponderante para a venda de um produto. "Claro que é muito importante, mas não é o único. Uma pessoa não vai trocar a compra de uma bermuda de R$ 39 que lhe caiu muito bem, por uma peça de pior qualidade que custa R$ 34 só porque ela é R$ 5 mais barata".

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