Diante do aumento da procura de professores, o Sindicato Apeoc, que representa professores e servidores da Educação do Estado, lançou canal digital de orientação e denúncias para docentes e estudantes. Anizio Melo, presidente da entidade, afirma que os episódios de conflito nas relações entre estudantes e professores estão ocorrendo com maior velocidade. "A cobrança, a própria intimidação, estão ocorrendo. A fotografia, a gravação, a tentativa de controle sobre o conteúdo que é repassado em sala de aula", enumera.

 

"A ideia é que a comunidade escolar, professores e alunos, possam fazer o registro da denúncias de intimidação. Nós catalogaremos, daremos assistência jurídica, visitaremos as escolas onde o fato teria ocorrido, na perspectiva de fazer uma relatoria para ser entregue à Secretaria da Educação", explica.

 

Sobre este argumento do controle, Catarina Rochamonte, diz que, mesmo com ressalvas a pontos do projeto, defende que parte dos professores se utilizam da sala de aula para fins políticos. "Sou contrária ao controle excessivo do que se pode ou não se pode dizer em sala de aula, mas sou favorável ao justo cumprimento do papel social de cada um, o que, por consequência, me faz contrária ao uso da atividade intelectual docente como instrumento de manipulação de consciências para fins políticos".

 

Contrário ao movimento, Melo acredita que, uma vez aprovado, o projeto afetaria principalmente a escola pública. "Esse debate, na prática, quer anular a educação pública, intimidar o profissional da educação e impedir que a maioria dos estudantes tenha acesso aos conhecimentos gerais e debates críticos. Querem neutralizar o professor", critica.