As conquistas do Ceará no Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic), além de situarem o Estado em posição de destaque no que tange à primeira etapa da educação básica, acenam para mudanças no quadro do alfabetismo nos próximos anos. Atualmente, o Ceará tem a sexta pior taxa de analfabetismo do Brasil, com 14,2%, conforme dados referentes a 2017 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).

Em Fortaleza, 91% das crianças saem do 2º ano no nível desejável ou adequado de alfabetização, ressalta Jefferson Maia, secretário adjunto da Secretaria Municipal da Educação (SME). "A alfabetização só vai ter sucesso quando a gente conseguir o processo adequado e na idade certa. A gente vem há alguns anos nesse trabalho. A criança de hoje vai contribuir para esse índices em um futuro próximo".

Além da consequência direta da alfabetização na idade certa ao longo dos anos, o início da educação formal de maneira eficaz resulta em redução de reprovação e abandono. "As etapas posteriores se dão de uma forma melhor. É efeito em cadeia. A tendência de reprovar lá na frente ou abandonar porque não consegue acompanhar o ritmo é menor. O trabalho do Paic está trazendo um melhor processo de qualificação e do fluxo de aprendizagem", diz Jefferson.

Segundo ele, este ano foi criado um novo projeto para mitigar os problemas na alfabetização. "Tinha Alfa 1 e 2, programa de apoio à alfabetização na idade certa. Temos 9% das crianças que não conseguem se alfabetizar no 2º ano. Criamos o Alfa 3, programa de apoio no 3º ano para consolidar o conhecimento de quem não conseguiu e quem conseguiu ter um reforço ainda maior".

ESTADO

O Ceará possui 33 Centros de Educação de Jovens e Adultos (Cejas): são 9 em Fortaleza e 24 no Interior, em cidades como Sobral, Canindé, Baturité, Jaguaribe, Quixadá, Tauá, Iguatu, Crato e Juazeiro.