As percepções sobre os impactos da saída de Cuba do programa Mais Médicos, após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), apontam para um futuro grave na saúde brasileira a partir de 2019. Desassistência à população e aumento de procura por hospitais é um dos riscos que o País poderá enfrentar.
[SAIBAMAIS]"Isso desestrutura completamente o sistema de saúde. E por nada. Não tem nenhum motivo. Se não for perseguição ideológica do presidente eleito ao governo cubano, não tem nenhum motivo. Não tem crise, falta de pagamento. O programa está funcionando em dia", afirma o deputado federal Odorico Monteiro (PSB), que, à época no Ministério da Saúde, atuou na implantação do programa.
O parlamentar ressalta que estudos apontam para impactos positivos do programa, como redução das mortalidades infantil e materna. Segundo Odorico, o País não tem médicos suficientes para cobrir a ausência dos profissionais cubanos.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Edmar Fernandes, critica a decisão do governo cubano e defende que os médicos, desde o início do programa, deveriam ter sido submetidos ao Revalida. "A decisão do governo cubano é irresponsável porque existe uma dependência da população mais carente com esses profissionais. Nunca fomos contra o programa, mas sempre exigimos que quando eles chegassem fizessem o Revalida para comprovar seus conhecimentos", critica.
Odorico discorda: "Não tem necessidade de Revalida porque os médicos cubanos são credenciados pelo Ministério da Saúde para trabalhar, exclusivamente, na atenção primária de saúde. Está na lei".