Mesmo assim, diz acreditar que Moro pode fazer boa gestão. "Os parâmetros para medir se vai ou não fazer bom trabalho é a compreensão de que a Segurança Pública, a Polícia Federal, a investigação com inteligência precisam estar dentro dos limites legais", argumenta.
Já a professora de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), Cynara Mariano, diz que a decisão de Moro em aceitar o convite está dentro do campo da liberdade e legalidade. Entretanto, fala que chama atenção o fato de Moro já ter dito, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que jamais entraria para a política.
Além disto, ela avalia que é ingênuo não levantar suspeitas sobre a imparcialidade do juiz que condenou Lula em 1ª instância no caso do triplex em Guarujá. "Logo após o governo eleito, contrário a Lula, fazer convite e o juiz aceitar", considera.
Pelo Twitter, o responsável pelos processos da Lava Jato no Rio, juiz Marcelo Brettas, diz torcer pelo excelente trabalho do colega. "Competência profissional e dignidade pessoal não lhe faltam para exercer as maiores funções em nossa República".
Em nota conjunta, Sindicato de Policiais Federais de São Paulo (SINDPF-SP), Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) e Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) afirmaram que o aceite de Moro reflete "momento histórico", em que mudanças reais podem se dar no País. "Não havia pessoa mais capacitada e preparada". (Carlos Holanda, especial para O POVO)