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Superministério da economia vai unir três pastas
Reportagem

Superministério da economia vai unir três pastas

| GOVERNO BOLSONARO | O objetivo é reduzir a quantidade de ministérios para 15. O governo do presidente Michel Temer já havia reduzido uma parte quando assumiu em 2016
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Buscando cumprir o que prometeu durante a campanha eleitoral, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deverá reduzir a quantidade de ministérios e bancar a criação de um superministério acoplando as áreas da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio. O vice-presidente do PSL, Gustavo Bebianno, anunciou ontem que, dos 15 ministérios que o governo terá, pelo menos a metade da equipe já está confirmada. Os nomes, no entanto, ainda não foram anunciados.

 

A divulgação do superministério foi feita por Paulo Guedes, cotado para ser o ministro da área econômica do novo governo. "O Ministério da Indústria e Comércio já está com a economia. O Ministério da Economia vai ter Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio", declarou.

 

Guedes justificou a decisão da cúpula do próximo governo alegando que "a razão da Indústria e do Comércio estar próxima da Economia é para justamente existir uma mesma orientação econômica em tudo isso". O futuro ministro disse ainda que "não adianta a turma da receita ir baixando os impostos devagar se a turma da indústria e comércio abrir muito rápido. Isso tudo tem que ser sincronizado. Uma orientação única", acrescentou.

 

Para o especialista em economia internacional da Universidade de Fortaleza, Ricardo Eleutério, é um risco delegar tanto poder nas mãos de apenas um ministro. "Se tratam de questões da indústria brasileira, do comércio exterior, do planejamento? Você tem um conjunto enorme de órgãos vinculados, como a Receita Federal, o Banco Central. É um raio muito grande de atuação", opina o professor.

 

O especialista destaca ainda a volatilidade na titularidade dos ministros da Fazenda nos últimos governos, o que pode causar uma maior instabilidade em toda a área macroeconômica da gestão federal. "Eles têm pouca vida no ministério a rigor. Nos últimos quatros anos tivemos uns cinco ministros. A possibilidade de não permanência do ministro por mais de um ano pode criar uma lacuna", problematiza.

 

Apesar do segredo sobre quem já está confirmado para ocupar os ministérios, os primeiros nomes são de conhecimento público. Além de Paulo Guedes, na Economia, o deputado federal Onyx Lorenzoni está definido para a Casa Civil. 

 

O general Augusto Heleno também já foi anunciado para o Ministério da Defesa.

 

O astronauta Marcos Pontes disse ontem que aceitou um convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia. Quem também tem o nome ventilado para compor o primeiro escalão da gestão que sucederá Michel Temer é o juiz Sérgio Moro, que integra a Operação Lava Jato.

 

A ideia é que o magistrado ocupe o Ministério da Justiça. Moro, que declarou ainda não ter recebido um convite oficial de Bolsonaro, adiantou que, caso a proposta seja oficializada, irá "refletir" sobre o assunto.

 

O presidente do PSL, deputado federal eleito Luciano Bivar, de Pernambuco, disse ontem que o novo governo vai extinguir o Ministério das Cidades. Segundo ele, não haverá mais serventia.

 

Bivar afirmou que o governo Bolsonaro vai mudar a forma de interlocução com os prefeitos e governadores e, por isso, a pasta não mais existirá. "O Ministério das Cidades vai acabar. Vamos fazer uma linha direta com as cidades e os Estados", declarou.

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