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Militar faz campanha em quartel do Bope, no Rio de Janeiro
Reportagem

Militar faz campanha em quartel do Bope, no Rio de Janeiro

Atividade. "Visita a amigos"
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O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, fez ontem campanha na sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio. 

 

Segundo um assessor do presidenciável, foi uma "visita a amigos". Bolsonaro cumprimentou e tirou fotos com policiais militares e, em seu discurso, afirmou que a classe militar "terá um dos nossos" em Brasília, caso seja eleito.

 

O ato eleitoral em um batalhão pode suscitar contestações na Justiça Eleitoral. A Lei das Eleições proíbe o uso, em benefício de candidato, partido político ou coligação, de bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios, ressalvada a realização de convenção partidária.

 

A norma está no artigo 73 da lei, que trata das condutas vedadas por agentes públicos, servidores ou não, tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos.

 

O advogado Francisco Emerenciano, especialista em Direito Eleitoral, explicou que o ato só pode resultar em punição depois que for analisado pela Justiça. "Esta avaliação não é automática, a gravidade é subjetiva", afirmou. O fato pode gerar de multa até cassação do registro.

 

Procurado, o Ministério Público Eleitoral respondeu que não adiantará posicionamento sobre o caso antes de analisá-lo. O MP informou que só pode se pronunciar depois de verificar se houve representação sobre o tema ou se foi instaurado algum procedimento, o que não havia acontecido até o início da noite de ontem.

 

A visita de Bolsonaro à sede do Bope durou cerca de duas horas. Em discurso, falou do desempenho do seu partido, que conquistou 52 cadeiras na Câmara dos Deputados, só menor do que a do PT.

 

"Fizemos a segunda maior bancada em Brasília, sem televisão. Isso vem de gente como vocês. Então, a gente tem de acreditar e tentar mudar, buscar fazer a coisa certa. Eu acho que isso é possível, afinal de contas não temos outro caminho", afirmou o candidato do PSL, que encerrou seu discurso a praças e oficiais com o grito de guerra dos integrantes do batalhão ("Caveira!").

 

Bolsonaro, que não deu entrevistas, brincou com um coronel que foi cumprimentá-lo. "Tô dando continência pro coronel, mas, quem vai mandar no Brasil, serão os capitães", disse ele, fazendo referência a sua patente como militar. Antes de deixar a sede do Bope, Bolsonaro almoçou com o batalhão.  

 

(Agência Estado)

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