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Reunida ontem em São Paulo, a coordenação da campanha do PT decidiu mudar de estratégia para dar caráter de frente à candidatura de Fernando Haddad à Presidência neste segundo turno. O vermelho que simboliza o partido perdeu espaço para o verde e amarelo da bandeira brasileira no material de campanha, o slogan passou a ser "O Brasil para todos", no lugar de "O Brasil feliz de novo", e o ex-presidente Lula (condenado e preso na Lava Jato) desaparece da foto oficial.
O Psol e o PSB foram incorporados à estrutura da campanha, que já tinha o PCdoB. O próximo passo é abrir espaço para o PDT de Ciro Gomes, que nesta quarta anunciou "apoio crítico" ao petista. O esforço do PT é vencer o forte sentimento antipetista entre parte do eleitorado.
Em outra frente, a campanha vai atuar na TV e nas redes sociais para tentar desconstruir a imagem de Jair Bolsonaro (PSL). "Agora é partir para a desconstrução, mostrar que ele é um falso nacionalista e não é contra o sistema, ao contrário, é parte do sistema", disse o presidente do Psol, Juliano Medeiros.
Integrantes da campanha petista admitem que há dificuldades para encontrar um flanco pelo qual Bolsonaro fique vulnerável, mas orientaram a militância a explorar nas redes sociais as propostas econômicas de aliados do deputado como o candidato a vice na chapa de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, que criticou o pagamento do 13º salário e do adicional de férias.
A imagem de Lula sai do material impresso, mas continua na TV. A estratégia, segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, é manter Lula no centro do debate como representante de um projeto de Brasil que deu certo e apresentar Haddad como o homem certo para executar este projeto.
Segundo ela, seria uma "burrice" esconder Lula na campanha porque é o ex-presidente quem tem conexão mais direta com o eleitorado petista.
Em evento com sindicalistas à tarde, Haddad já não citou em nenhum momento o nome do ex-presidente. Atrás do candidato, havia dois banners apenas com fotos de Haddad.
Nas redes sociais, o candidato trocou a hashtag "Haddad é Lula" por "agora é Haddad". As centrais sindicais declararam apoio a Haddad. Além da CUT, estão Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central Sindical dos Trabalhadores e Intersindical.
(Agência Estado)