O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, terá comitê inaugurado na noite de hoje em Fortaleza. O evento deve contar com a presença de lideranças que compõem a oposição ao governador do Ceará Camilo Santana (PT). Um dos principais articuladores da campanha do presidenciável no Estado neste segundo turno, o deputado estadual Capitão Wagner (Pros), que se elegeu deputado federal no último dia 7, terá ao seu lado, no evento de hoje, o candidato derrotado ao Governo do Estado, General Theophilo (PSDB).
[SAIBAMAIS]
O comitê de apoio a Bolsonaro será inaugurado às 19 horas, na avenida Antônio Sales, no bairro Joaquim Távora. Também são esperadas as presenças do deputado federal eleito Roberto Pessoa (PSDB) e da filha dele, deputada estadual reeleita, Fernanda Pessoa (PSDB). O prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça (PSDB), também será procurado.
O deputado federal eleito e coordenador da campanha de Bolsonaro no Ceará, Heitor Freire (PSL), informou que o ponto de apoio funcionará todos os dias, das 8 às 18 horas, para distribuição de material de campanha e reunião de apoiadores.
O capitão reformado do Exército tenta melhorar o desempenho eleitoral no Estado, onde teve sua pior colocação no País, com 21,74% dos votos válidos. Ele foi superado por Ciro Gomes (PDT) que obteve 40,95% e Fernando Haddad (PT), que teve 33,12%.
Após expressar apoio a Bolsonaro (PSL) neste segundo turno, General Theophilo afirmou na noite de ontem que sua manifestação é por oposição ao PT e não necessariamente por admiração ao deputado federal.
"É o seguinte: meu candidato era o Geraldo Alckmin (PSDB). Prefiro uma coisa mais moderada, sou de centro. Só (vou apoiar Bolsonaro) porque tenho que me definir, e no PT não voto", afirmou.
Conforme o general, ele e Mayra Pinheiro que perdeu disputa ao Senado no Ceará , tiveram um almoço com o principal líder tucano, Tasso Jereissati, e, segundo o militar, ouviram do senador que estavam liberados a votar em quem quisessem no segundo turno.
Na semana passada, o PSDB Nacional liberou o voto de seus filiados no segundo turno. Entretanto, Tasso Jereissati defendeu neutralidade do partido. A posição do empresário cearense sobre o segundo turno é a mesma do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a do ex-ministro José Serra (PSDB).
Na contramão destas lideranças, o candidato ao Governo de São Paulo, João Doria (PSDB), manifestou apoio a Bolsonaro.
No início do ano, Tasso vetou a participação de Bolsonaro em eventuais comitês de Capitão Wagner. À época, o nome do ex-policial ainda era sondado para a disputa ao Palácio da Abolição. Em resposta ao veto, Bolsonaro disse que o tucano vive de "coronelismo". (Carlos Holanda, especial para O POVO, Israel Gomes, especial para O POVO)