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Solução não deve se restringir a avaliações
Reportagem

Solução não deve se restringir a avaliações

| EDUCAÇÃO | Mais que preparar alunos para exames, é importante formar cidadãos, diz especialista
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Obter bons resultados em indicadores como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) ou o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) se devem, em parte, a certa preparação que as escolas submetem os alunos ao longo da formação escolar. Carmensita Passos, professora aposentada da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC), pondera sobre até que ponto as avaliações externas aplicadas às escolas devem nortear as políticas educacionais.

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Para ela, avaliar o ensino é necessário, mas o bom desempenho em exames deve ser consequência de uma boa formação e os testes também devem considerar outros fatores que não apenas resolução de questões.

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"Medir a qualidade (da educação) é muito complexo. É preciso que sejam levados em consideração vários aspectos. O aproveitamento dos alunos verificado através de provas é um dos indicativos. Se você foca o ensino médio apenas tendo como objetivo preparar o aluno para fazer exames em busca de índices, isso distorce o sentido do processo formativo. Treinar o aluno para responder questões não dá conta da complexidade do que é formar um cidadão", reflete Carmensita.

 

Ainda que haja bons resultados, o ensino médio continua sendo um desafio. Conforme os dados do Ideb 2017, na rede privada de ensino, nenhum estado atingiu as projeções do Ministério da Educação (MEC). Na rede pública, apenas Goiás superou e Pernambuco atingiu as metas estabelecidas.

 

Para Silvandira Mesquita, diretora da Escola Estadual de Ensino Profissionalizante (EEEP) Adriano Nobre a instituição com melhor pontuação na rede pública do Estado , o maior desafio está na capacidade de aprender. "A gente recebe alunos com um nível de aprendizagem ainda muito aquém de um aluno de ensino médio. Nivelar esses meninos adequadamente é o nosso maior desafio. Fazer com que todos consigam chegar lá e chegar bem", aponta.

 

Carmensita avalia que o atual ensino médio carece de identidade, ficando restrito a uma dualidade de modelos: um que visa o ingresso no ensino superior e outro que busca a profissionalização.

 

"Essa dualidade tem marcado a educação brasileira. Os níveis ideais ainda seriam o ensino de formação do cidadão", diz.

 

"Por outro lado, a realidade do País exige o ingresso desse estudante, que vem de classe economicamente menos favorecida, de forma mais rápida no mercado para ajudar na renda familiar. Acho que a educação deve cuidar de uma formação intelectual que também permita ao aluno compreender e, de posse de um conhecimento, melhor atue no mundo onde ele está", propõe Carmensita.

 

Números

 

7,0 é a nota do EEEP Adriano Nobre no Ideb 2017

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