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Risco de El Niño aumenta urgência da Transposição
Reportagem

Risco de El Niño aumenta urgência da Transposição

| RIO SÃO FRANCISCO | Diante de possibilidade do fenômeno em 2019, Estado busca subsídios para CAC
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Tipo Notícia
Diante de baixa reserva hídrica e da probabilidade de ocorrência do fenômeno El Niño no início de 2019, a Transposição do Rio São Francisco é a principal medida de segurança hídrica esperada pelos cearenses.

 

Nesta semana, o Governo do Estado se reuniu com ministros do Governo Federal, que garantiram aporte de R$ 100 milhões para a conclusão do trecho principal do Cinturão das Águas (CAC). A obra é a responsável por transportar as águas do rio São Francisco para o açude Castanhão, que levará o abastecimento à Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

 

Causado pelo aquecimento das águas do Pacífico e pela redução dos ventos na região equatorial, o El Niño tem a possibilidade de reduzir as chuvas no início do próximo ano. Ainda não há confirmação de continuidade do fenômeno meteorológico nos meses da quadra chuvosa, o que também interferiria nas precipitações desse período.

 

Ainda nesta semana, em reunião no Palácio da Abolição, representantes dos Governos Federal e Estadual discutiram ações de segurança hídrica. Conforme governantes, a promessa foi ousada, no entanto "plenamente possível" de ser realizada: águas do rio São Francisco em Fortaleza ainda neste ano, em novembro especificamente.

 

As águas da Transposição, que estão previstas para chegar ao Ceará ainda neste mês, abasteceriam as mais de 3 milhões de pessoas da RMF e liberaria outros grandes açudes como Orós e Banabuiú para o abastecimento de outros municípios.

 

De acordo com Francisco Teixeira, titular da Secretaria dos Recursos Hídricos do Estado, faltam seis quilômetros de obra para que o CAC possa receber as águas do São Francisco, que chegam ao Ceará pelo município de Jati, na região Cariri, no sul do Estado.

 

Mesmo diante de garantia de esforços de trabalho e de financiamento, o secretário dos Recursos Hídricos estima que há abastecimento suficiente para o início da estação chuvosa caso as águas não cheguem até o fim de 2018. "O que mais importa para nós é que o projeto São Francisco possa chegar até o próximo ano. Seria muito bom se chegasse até o mês de janeiro para as águas poderem ser encaminhadas até a Região Metropolitana", afirmou Francisco Teixeira.

 

Além disso, o secretário afirmou que outras medidas estão sendo discutidas entre os órgãos que lidam com a gestão hídrica. Teixeira cita principalmente as ações de economia, com controle de perdas, combate a fraudes e, no caso do sertão, a busca por uso de tecnologias de irrigação mais eficientes.

 

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