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Denúncias de chicotada e choque elétrico são investigadas
Reportagem

Denúncias de chicotada e choque elétrico são investigadas

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Tipo Notícia

Outras denúncias de abordagens violentas também chegaram a outros núcleos da Defensoria Pública do Ceará. No ano passado, o Terminal do Siqueira teria sido cenário de ações desastrosas por parte de alguns guardas municipais. Três jovens, em situações e dias distintos, descreveram momentos aflição.

 

Em 11 de junho de 2017, o adolescente "F", de 16 anos, e um amigo teriam recebido chicotadas e a descarga de uma arma que desfere choque elétrico. De acordo com um procedimento aberto na Defensoria, os adolescentes disseram que foram abordados por três guardas municipais - dois homens e uma mulher - que os detiveram em uma sala. O motivo da abordagem também teria sido uma atitude "suspeita" dos estudantes.

 

Na mesma semana, no dia 19/6, o jovem "J", de 15 anos, aguardava o ônibus da linha do Parque Santa Cecília quando foi surpreendido por homens da Guarda que o retiraram da fila e o levaram para a sala no Terminal do Siqueira.

 

O adolescente relatou na Defensoria que os guardas o ameaçaram, "tentaram enforcá-lo" e "exigiram que ele se retirasse do Terminal e não voltasse". A avó da vítima, que havia marcado para encontrá-lo na própria estação de ônibus, só o reencontrou em casa, "com hematomas e dores".

 

Os episódios envolvendo os três adolescentes estão sendo acompanhados pelas defensoras Luciana Amaral e Liana Lisboa, do Núcleo de Atendimento a Jovens e Adolescentes em Conflito com a Lei (Nuaja). Foram encaminhados pelo Centro de Referência de Assistência Social (Creas), do município de Fortaleza.

 

De acordo com Luciana Amaral, supervisora do Nuaja, foi preciso entrar com um mandado de segurança para que a Secretaria Municipal da Segurança Cidadã fornecesse informações sobre os guardas de plantão no dia em que teriam ocorridas as agressões.

 

Depois de oito meses e o envio de três ofícios, entre setembro de 2017 e março deste ano, os dados foram enviados à Defensoria Pública, que recomendou à Sesec a abertura de um procedimento administrativo para apurar a suposta ação dos agentes. Eles têm um mês, a contar do dia 5 de setembro, para concluir a investigação.

 

De acordo com Luciana Amaral, o caso também seguiu para à Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca). Os guardas denunciados poderão responder por constrangimento ilegal, lesão corporal, abuso de autoridade e outros crimes.

Demitri Túlio

 

 

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Casos são acompanhados pela Defensoria Pública. Um deles também consta na representação que está na PGJ

 

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