Logo O POVO+
A realidade de quem pratica a educação domiciliar
Reportagem

A realidade de quem pratica a educação domiciliar

Família. Ensinando os filhos
Edição Impressa
Tipo Notícia

O desejo por manter valores e crenças familiares, acrescido do descontentamento com o modelo de educação atual, levou Débora Freire, 30 anos, a educar o primeiro filho Daniel, hoje com 5 anos, em casa mesmo. A decisão foi a mesma para o segundo filho, Davi, hoje com 3 anos, que já começa receber as primeiras instruções educacionais pela mãe, formada em Física, mas que desistiu da profissão "pra poder acompanhar de perto, e transmitir a instrução da melhor forma que eles (os filhos) merecem e precisam".

 

"Decidimos por esse método de ensino, primeiro, por questão de convicção. Queremos garantir que, desde a mais tenra infância, os nossos filhos cresçam ouvindo e sendo firmados nos nossos princípios e valores morais", explica Débora que, com o marido, professa a fé cristã. "Queremos que eles cresçam sem a mínima intervenção da visão, do modo de viver de outras pessoas que vão contra a nossa forma de ver o mundo". Débora ainda acresce que "a educação no Brasil, apesar de altíssimos impostos, é de baixa qualidade".

 

A educação, então, se dá seja num cômodo preparado para os momentos de aprendizagem, ou em outros ambientes da casa, quando os pequenos ajudam a mãe a aguar as plantas, por exemplo. Sobre a participação do pai, Fabiano, que trabalha fora de casa como programador, Débora explica que ele costuma acompanhar e incentivar o aprendizado dos pequenos.

 

Ao fim de cada ano, a dona de casa realiza um planejamento do que ensinará aos filhos no ano seguinte, a partir de planos de aula e pesquisas na internet, ou mesmo no compartilhamento de experiências com outras famílias optantes pelo homeschooling. O caçula tem aprendido sobre cores e formas, sobretudo com musicalidade, conta a mãe. Já o mais velho está no segundo ano de alfabetização através do método fônico, que ela considera eficaz.

 

Os estudos são pela manhã, cerca de 15 minutos com Davi e uma hora com Daniel, quando eles realizam atividades lúdicas e leitura. À tarde, são aplicadas atividades, sobretudo de Matemática para o mais velho.

 

Débora Freire diz que não enfrentou críticas pela escolha. Questionada sobre como faz para garantir a socialização dos filhos uma das críticas ao método , ela afirma: "Eles se sentem super à vontade com outras crianças da igreja, da família. A gente sai pra visitar os avós, não percebemos dificuldade de socializar. O Daniel, desde os 4 anos já consegue conversar, responder, sem inibição".

O que você achou desse conteúdo?