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Governo diz confiar na segurança do Ceará
Reportagem

Governo diz confiar na segurança do Ceará

| ELEIÇÕES 2018 | Mesmo com a solicitação de 22 municípios por tropa federal e a aprovação do TRE para envio a cinco cidades, governador afirma que ideia é garantir segurança com forças locais
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Após 22 municípios cearenses pedirem tropas federais e o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) apontar necessidade para cinco dessas cidades, o Governo do Estado pode não acatar recomendação. Em nota, Camilo Santana afirma que a ideia é que o efetivo estadual de 20 mil policiais trabalhe junto aos órgãos federais que já atuam no Ceará.

[SAIBAMAIS] 

O governador destaca que ainda conversará com o Tribunal sobre as necessidades de pedir apoio ao Exército e que confia no contingente da segurança do Estado. "Temos no Ceará um efetivo de mais de vinte mil policiais, que tem feito um grande trabalho, e que confio muito", afirma. Ele pondera que deve haver um trabalho colaborativo com a Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

 

Enquanto não dá seu aval para a atuação da tropa federal, o governador afirma que está desenvolvendo sua campanha dentro do cronograma planejado e que assim continuará fazendo.

 

A deliberação do TRE-CE, aprovada por unanimidade pelo Pleno, teve como um dos fundamentos o parecer do procurador regional eleitoral, Anastácio Tahim. Conforme publicado pelo O POVO, uma investigação do Ministério Público Estadual (MPE) apontou, em um dos depoimentos, para possível financiamento de campanha política com o dinheiro das organizações criminosas. Uma carta assinada pelo 

Comando Vermelho (CV), proibindo a propaganda de alguns candidatos e o voto de moradores, também pautou a solicitação do procurador.

 

"Recebemos a informação de alguns juízes relatando circunstâncias que, no entender deles, poderiam recomendar a Força Nacional como instrumento para acrescentar à atuação da Polícia. Sabemos que o Ceará, como outros estados, sofre as consequências da atuação de organizações criminosas", afirmou o presidente da comissão de segurança do TRE-CE, o juiz Eduardo Scorsafava. Ele destaca que, nos últimos meses, o Estado tem registrado episódios que levam a um quadro de alerta mais atuante.

 

O magistrado ressalta que a intenção é unir esforços às polícias locais que, conforme ele, têm se mostrado eficientes. Porém, diante de ocorrências como ataques a prédios públicos, o apoio do exército se mostra imprescindível. "Porque as atuações das facções são pontuais, mas sentimos que elas estão presentes em vários municípios", pondera. Os municípios que, conforme o TRE, precisarão de reforço são Fortaleza, Maracanaú, Caucaia, Juazeiro do Norte e Sobral.

 

Scorsafava explica que, no Interior, a problemática da falta de segurança deve ser mais facilmente administrada pela Polícia Militar (PM). Com o reforço do Exército nos grandes municípios, a quantidade de policiais militares em outras cidades poderá aumentar. O presidente da comissão de segurança do TRE-CE afirma que cada eleição tem sua peculiaridade, relatando a vinda da tropa para o processo de 2016. "O diálogo com os juízes é diário. Eles estão repassando as vulnerabilidades, onde piora e melhora. São situações que podem permanecer ou não. Quanto mais próximo o dia da eleição, maior a intensidade desse diálogo".

 

Professora

 

SENSAÇÃO DE SEGURANÇA

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"Já ouvi falar que as facções podem proibir candidatos em determinados locais. Isso prejudica o eleitor, que não poderá ver as propostas". Eleitora em Caucaia, a professora Vaneusa Gomes, 37, aprova a atuação das tropas federais, o que daria a sensação de segurança. Mas destaca que a distribuição pode não ser a ideal. "Tem muitos distritos, bairros... uns locais vão se sentir seguros e outros não. Afinal, não sabemos onde as facções podem estar", ponderou. Para ela, o fato de haver obrigatoriedade de voto agrava a situação, porque exige o deslocamento das pessoas, mesmo em situação de perigo.

 

Empresário

 

PREVENÇÃO

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Para o empresário Luiz Erivelton Freitas, 34, que é eleitor em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, ter um efetivo de segurança reforçado pelo Exército, na verdade, não garante segurança. "Os bandidos podem até querer enfrentá-los e isso piorar a situação", afirma. A cidade é uma das que o TRE-CE aprovou solicitação de envio de tropas federais. Na opinião de Luiz, o trabalho preventivo é o que deveria prevalecer. "Se hoje o cidadão já está sendo expulso da própria casa, imagina no dia da eleição, tudo pode acontecer".

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