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Cid recomenda voto em Eunício
Reportagem

Cid recomenda voto em Eunício

| CEARÁ | Além de declarar apoio ao presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB) na briga pela reeleição, o ex-governador do Ceará Cid Gomes (PDT) disse em entrevista a rádio que Camilo Santana (PT) precisa ter postura de "magistrado"
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Quatro dias depois de o governador Camilo Santana (PT) afirmar que Eunício Oliveira (MDB) é o "seu candidato a senador" nestas eleições, o ex-ministro Cid Gomes (PDT) admitiu apoio ao emedebista.

[SAIBAMAIS] 

Em entrevista à Rádio Tribuna Band News ontem, o pedetista disse que recomendará "voto no Eunício em homenagem a Camilo, que fez esse entendimento levando em conta o interesse maior do Ceará e o do povo cearense".

 

Eunício e Cid disputam as duas vagas no Senado o parlamentar numa chapa avulsa formada por oito legendas. E Cid em um bloco formalmente coligado aos partidos que dão sustentação a Camilo na briga pela reeleição ao Palácio da Abolição.

 

O duplo palanque foi a saída encontrada por Camilo para driblar o veto dos Ferreira Gomes a uma aliança oficial com Eunício, a quem o presidenciável Ciro Gomes já chamou de "picareta".

 

Em conversa com O POVO ontem, o senador disse que recebia "com humildade e agradecimento as palavras do ex-governador Cid Gomes" e que "também recomendava voto no Camilo e no Cid". Para o emedebista, a manifestação de apoio do irmão de Ciro "fortalece a nossa parceria" no Ceará.

 

Embora tenha expressado adesão à recondução de Eunício, Cid fez uma ressalva. "Claro que tem incoerência nisso (no apoio)", reconheceu. "(Eunício) Foi nosso senador, voltou-se contra a gente sendo candidato ao governo e agora se aproximou ajudando o governo."

 

Recém-chegado à base depois de uma temporada na oposição ao lado do também senador Tasso Jereissati (PSDB) e do deputado estadual Capitão Wagner (Pros), Eunício enfrentou Camilo nas urnas em 2014 e perdeu.

 

De lá para cá, o bloco oposicionista foi progressivamente minguando. Desde o fim do ano passado, a trajetória do presidente do Senado e a do petista convergiram para o que ambos costumam chamar de "parceria administrativa".

 

O clímax dessa aproximação entre os ex-adversários foi no sábado passado. Ao lado de Eunício na convenção, o governador garantiu ao presidente do Senado que ele era a sua escolha nas eleições de 2018.

 

Também aguardado no evento, Cid não compareceu, segundo o próprio Camilo anunciou, por estar com enxaqueca. No dia seguinte, o pedetista também faltaria à convenção que o oficializou como postulante.

 

Na entrevista dessa quarta, além de confirmar a versão de que estava indisposto, Cid atribuiu a Camilo o comando das costuras partidárias e da construção do arco da aliança que reúne ao todo 24 legendas, entre elas o MDB de Eunício.

 

"O líder desse projeto é o Camilo. O que eu defendo é que ele tenha uma postura de magistrado e o palanque dele trate da campanha no estado do Ceará", declarou o candidato. E acrescentou: "Aí eu vou cuidar da campanha do Ciro e o PT vai trabalhar, fora do palanque do Camilo, a campanha do candidato do PT".

 

Oficializado no domingo passado, Camilo discursou por cerca de 15 minutos sem mencionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nome do PT na corrida ao Palácio do Planalto dentro do partido, o governador é pressionado a se manifestar publicamente sobre a candidatura de Lula.

 

O petista, entretanto, tem evitado o assunto. No dia anterior ao da convenção de PT/PDT, enquanto Eunício comparava a própria trajetória (pobre e nordestino) à de Lula, Camilo não fez qualquer referência ao ex-presidente, preso em Curitiba desde 7 de abril pela Operação Lava Jato.

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