Foi pelos boxes do Mercado Central que o governador Camilo Santana (PT) iniciou a caminhada pela reeleição. Assim como em 2014, quando o petista foi surpreendentemente escolhido pelos irmãos Ferreira Gomes para ser candidato, o petista começou a campanha em uma das feiras mais tradicionais de Fortaleza, no Centro. O primeiro ato de campanha, às 7h55min, foi ao lado do prefeito Roberto Cláudio (PDT) e do candidato ao Senado, Cid Gomes (PDT).
[SAIBAMAIS]
Ao justificar o local da primeira atividade de campanha, o governador argumentou que "aqui é um local tradicional, um ícone de Fortaleza, da capital cearense. Representa a nossa força, as nossas raízes, o artesanato, a força do povo cearense".
Questionado sobre por que a população cearense deveria reelegê-lo, o candidato afirmou que "quem vai avaliar isso é a população" e que faz "parte hoje de um projeto no Ceará que tem avançado mesmo numa crise no Brasil". "O Ceará tem se destacado em todas as áreas, é um Estado equilibrado que está investindo, é referência em educação, equilíbrio fiscal. Portanto queremos continuar esse trabalho", disse.
Ao lado de candidatos ao Legislativo, Camilo caminhou por cerca de duas horas. Os abraços, beijos, conversas de pé de ouvido, selfies e alguns goles de café, somados aos adesivos, bandeiras e jingle de campanha, concretizaram, de fato, a abertura do período eleitoral.
Ainda ontem, a campanha seguiu pelo Interior, com caminhada no Beco do Cotovelo, em Sobral, ao lado do senador Eunício Oliveira (MDB), além de visitas à Igreja de Santo Antônio, em Barbalha, e à estátua de Nossa Senhora de Fátima, no Crato.
Indagado pelo O POVO sobre como se daria a campanha com o governador pedindo votos para Lula, em âmbito presidencial, enquanto o PDT pediria votos para Ciro Gomes (PDT), o ex-governador Cid Gomes tentou simplificar alegando que a eleição presidencial não necessitava de intermediários.
"Os partidos, a meu juízo, fazem, reservadamente, as campanhas de presidente. A rigor, campanha de presidente é na internet, na televisão, e o povo diretamente. Não tem intermediário. Então, tanto faz eu pedir. As pessoas votarão no Ciro porque querem o Ciro ou votarão no Lula porque querem o Lula. Independente do meu pedido ou do pedido do Camilo. Na prática é isso. O mais, é só tentativa de futrica", disse o candidato ao Senado.
Enquanto o grupo que estava ao lado de Cid no Mercado Central pedia votos para Ciro, outra parte acompanhava o governador e lembrava aos eleitores que Lula era candidato. "Presidente é o Lula ou quem ele botar", disse o candidato a deputado federal Inácio Arruda (PCdoB) a uma eleitora. "É Ciro, né?", disse uma militante que acompanhava Cid a uma microempresária.
Questionado sobre eleição presidencial, o governador Camilo disse à reportagem que para ele é um "privilégio" a campanha "ter na coligação dois grandes candidatos a presidente".
Visitas
Ontem, Camilo mesclou agenda de governador, ao visitar o Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, com a de candidato, no Beco do Cotovelo, em Sobral.
AGENDA
De acordo com o secretário da Casa Civil, Nelson Martins, "o governador continua sendo governador e desenvol-vendo suas atividades como governador", mas "vai manter a sua agenda de campanha".