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Mudança no bolso e no comportamento
Reportagem

Mudança no bolso e no comportamento

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Tipo Notícia
Para o pesquisador em finanças pessoais e comportamentais, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Érico Veras, mesmo que a passagem fique mais barata futuramente, se todos os novos gastos forem somados, a conta continuará alta. Ele exemplifica utilizando a viagem de uma família com quatro componentes. "Digamos que se pague R$ 25 por cada um dos assentos marcados, R$ 100 na ida e mais R$ 100 na volta. Se cada pessoa despachar uma bagagem, são mais cerca de R$ 320, multiplicado por dois, porque também é por dois trechos. Digamos que um combo de lanche é R$ 15, aí somam-se os quatro. Quase mil reais de serviço agregado", calculou.

 

A nova cobrança, portanto, gerou novas formas de o passageiro fazer seus planos financeiros. Se preocupar com o volume, o custo-benefício das passagens que já inclui ou não um despacho de bagagem. "Até de comprar pelo serviço de casa, pela internet, ou no aeroporto. Vai fazer muita diferença na conta. A mala passou a ser um item com o qual eu preciso me preocupar com muita antecedência. Deixou de ser uma questão de demora, fila e incômodo na hora de despachar", avaliou.

 

O especialista explica que a Resolução reflete uma nova forma de as empresas enxergarem o mercado. E compara às cobranças que, anos atrás, começaram a ser feitas pelos bancos. "Se descobriu que, se cobrar, o consumidor paga". Quando questionado sobre um dos principais argumentos que defendem a cobrança, que seria uma forma de se adequar ao segmento internacional, Érico destaca que, na Europa, existem passagens "baratíssimas". Para ele, deveria haver mais transparência sobre os custos de responsabilidade das empresas, com detalhamento de planilhas, inclusive.

 

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