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Livro, cinema e teatro para crianças do Planalto Pici
Reportagem

Livro, cinema e teatro para crianças do Planalto Pici

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Mediações teatrais, oficinas de brinquedos, filmes, rodas de capoeira e contação de histórias são algumas das atividades desenvolvidas na Biblioteca Comunitária Papoco de Ideias, que funciona diariamente como uma casa de aprendizado e troca de vivências.

 

A mediação de leitura é uma das atividades preferidas de Wisliene Sousa, 11, que escreve poemas e garante que já leu toda a coleção de gibis do acervo. Amelie Castro, 6, não contém as gargalhadas enquanto lê "Marcelo, Marmelo, Martelo", seu livro preferido. Yasmim da Silva, 9, ouve atentamente todas as histórias. Depois da leitura, há sempre uma pausa para brincadeiras e outras peripécias no quintal.

 

Em meio a índices de violência crescentes e uma ânsia de reverter este quadro, a biblioteca surgiu em fevereiro de 2016, sob a coordenação da antropóloga Ana Argentina. O local recebe cerca de 20 crianças da comunidade Papoco, no bairro Planalto Pici. "É muito bom me ver nessa luta, perceber que minha vida é toda movimentada por essas crianças. É muito prazeroso ver as conquistas e o sorriso de cada uma", conta Ana Cristina Castro, vice-coordenadora do projeto.

 

Ela explica que a biblioteca depende do voluntariado. "Nossa comunidade é carente de equipamentos culturais e é muito difícil conseguir recursos do poder público", lamenta. Em meio às dificuldades, Ana comemora cada uma das conquistas, sobretudo o desenvolvimento da competência leitora das crianças envolvidas. "É muito bom ver que conseguimos instigar nelas a leitura não só do livro, também outras leituras e linguagens como o teatro, a música e a dança."

 

Um dos projetos mais recentes é o Cine Papoco, ligado a biblioteca central da UFC. "A gente quer que a comunidade participe, se aproxime, conheça nosso projeto, tome os livros de empréstimo", completa. Desde que passou a integrar a Rede Jangada Literária, a biblioteca conseguiu adquirir equipamentos para melhoria das suas atividades. Ana diz que ainda planeja desenvolver um projeto de debate sobre sexualidade com adolescentes e um encontro entre idosos. "A gente precisa ir além, tirar as pessoas do seu comodismo e fazê-las ver que existe uma luta, um desejo de mudança." (Ivig Freitas)

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