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Número de desaparecidos cresceu de 2016 para 2018
Reportagem

Número de desaparecidos cresceu de 2016 para 2018

Edição Impressa
Tipo Notícia

Nos primeiros quatro meses deste ano, pelo menos 670 pessoas desapareceram no Ceará segundo dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Os casos de 2018 superam 2016 (655) e 2017 (622) quando comparados a igual período. Os dados não identificam quantos sumiram por causa da violência das facções ou quantos boletins de ocorrência (BO) tratam disso.  

De acordo com nota da SSPDS, o Sistema de Informação Policial (SIP) agrega, “na tipificação desaparecimento de pessoa”, as mais variadas informações e circunstâncias narradas pelos noticiantes quando fazem o BO na Polícia Civil. Mas não contempla “subtemas para especificar as vítimas”. No total, em 2016 sumiram 1.845 contra 2.149 pessoas em 2017.
 

A SSPDS informa que o número de registro de boletins de ocorrências não significa que as pessoas continuem desaparecidas. “Há muitos casos em que as pessoas voltam para casa e a família não comunica à delegacia”.
 

Quanto ao achado de corpos de indigentes, que pode ser um dos indicativos de desaparecimentos nas cidades, a Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) informa que, em 2018, foram sepultados 62 pessoas não reclamadas por famílias. Contra 192 do ano passado.
 

Para cada corpo existe um prontuário contendo as informações relativas ao cadáver, a guia policial de encaminhamento, os laudos de perícia, de necropsia e fotografias. Também é coletado material genético para confronto de DNA e impressões digitais.
 

Segundo a Comel dados referentes aos cadáveres enterrados são cadastrados em um banco de dados que torna possível a localização deles posteriormente. “Respeitando a dignidade humana e seguindo as normas de sepultamento no Brasil, os corpos sem identificação e os não reclamados são sepultados de forma humanitária, em covas individuais com local devidamente registrado”.
 

O POVO entrou em contato com o Núcleo de Assessoria dos Programas de Proteção (Napp) e com o Centro de Referência e Apoio à Vítima de Violência da Secretaria da Justiça do Ceará. Nos dois órgãos também não há registro de casos sobre desaparecidos por causa das facções.

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