No mesmo território e entorno onde o criminoso da GDE espalhou sobre os corpos no canal da Babilônia, há outros enredos sobre desaparecimentos. O POVO identificou alguns casos. A sina do comerciante Manoel Pedro Birino, 59, é uma dessas tragédias que mudou a rotina na periferia e Região Metropolitana de Fortaleza.
 

No dia 19/10/2017, seu Birino saiu de moto de sua residência para  conversar com um de seus inquilinos e não voltou mais. Ele era dono de uma vila, com mais de 12 casas, construída na antiga ocupação Unidos Venceremos. O pequeno empresário acabou sequestrado pela mesma facção que teria ocultado os sete cadáveres no canal da Babilônia. A GDE.
 

A quadrilha, além de confiscar as casas de Manoel Birino, cismou que ele era informante da polícia. Após três dias sumido, seu corpo foi recolhido pela Polícia Forense do Ceará (Pefoce). Estava sem identificação, com marcas de tortura e parcialmente carbonizado.
 

O cadáver havia sido encontrado em um barraco na favela do Gereba,  situado no sopé do antigo lixão do Jangurussu. Só foi identificado quando um amigo da família e a filha do pequeno empresário conseguiram, no necrotério, fazer o reconhecimento dos restos mortais de Birino.
 

Após o desaparecimento e execução de Birino, os inquilinos da vila foram expulsos das casas da vítima. Hoje, as residências estão abandonadas. (Demitri Túlio)

GEREBA E BABILÔNIA

NO BABILÔNIA 2, no Barroso II, a Polícia Militar identificou, em 27/9/2017, um apartamento onde funcionaria um “tribunal do crime” da facção GDE. No local, a PM encontrou paredes sujas de sangue, uma orelha, resto de pele, um dedos e parte de um pulmão.

DOIS DIAS ANTES, a PM encontrou um corpo carbonizado dentro de um carro. Estava sem cabeça e sem dedos. Os policiais suspeitaram, na época, que o crime poderia ter a ver com os achados no apartamento.

O POVO APUROU, no entanto, que a Perícia Forense do Ceará (Pefoce) não identificou de quem era o corpo da pessoa carbonizada. Nem conseguiu, via investigação de digitais, identificar de quem seria o dedo encontrado no apartamento.

NO DIA 20/9/2018, entre o Gereba e a Babilônia, a PM foi acionada por causa de um tiroteio entre facções. Na Rua Francisco, identificou uma fumaça vindo de um barraco. Tronco, cabeça e braços de um homem foram encontrados cortados e carbonizados.
 

No bolso da vítima foi encontrada uma identidade
de uma pessoa de 29 anos, que possui antecedentes criminais por furto.