Logo O POVO+
Paralisações pedem apoio popular e intervenção militar
Reportagem

Paralisações pedem apoio popular e intervenção militar

Edição Impressa
Tipo Notícia

Em quinto dia de protestos, caminhoneiros e apoiadores continuaram a interdição parcial de pelo menos 18 trechos de rodovias no Ceará. Ao fim do dia, a Polícia Rodoviária Federal divulgou dispersões, e dez trechos permaneciam barrados pelos protestos. Manifestantes não paralisaram o trafego de particulares, mas a movimentação causou engarrafamentos de até duas horas. Dentre as reivindicações para além dos custos logísticos, foi citada até mesmo intervenção militar. A expectativa é que hoje as rodovias comecem a ser liberadas.  

Já pela manhã de ontem, placas e faixas com dizeres “Essa luta é de todos” e “Contamos com o apoio da população” foram vistas na avenida Washington Soares. Motoristas promoveram buzinaço no trecho próximo ao Centro de Eventos do Ceará até próximo ao Palácio da Abolição. Faixas e adesivos pedindo intervenção militar também estavam presentes. Em vários pontos, motoristas particulares buzinavam em apoio ao movimento.
 

No dia posterior ao acordo firmado por algumas entidades com o presidente Michel Temer (MDB), os caminhoneiros autônomos afirmavam que não legitimavam o tratado e que iriam permanecer sem realizar fretes e ocupando rodovias.
 

O caminhoneiro Lucas Rodrigues, que estava na paralisação nas vias no Anel Viário, próximo a Pacatuba, afirmava: “o movimento não tem tempo determinado” e “vai durar até quando for preciso”. De acordo com ele, o valor do desconto ofertado pelo acordo com o presidente é muito menor que o do aumento nos preços do combustível e a proposta não foi aceita pelos grevistas. “Enquanto ele (Temer) aumentou 30%, quer baixar 10%. Nós somos motoristas, mas sabemos fazer conta”, disse.
 

No km 18 da BR-116, em Eusébio, o caminhoneiro Alessandro
Bugatt, 31, estimava que cerca 1,2 mil caminhões estavam parados. 

Parte deles foram impedidos de passar. De acordo com Bugatt, a maioria dos caminhoneiros são autônomos, mas 15% estariam no movimento levados por empresários. Se confirmada a participação ativa da classe patronal, o movimento pode ser considerado locaute, o que é vedado pela legislação. Seria a paralisação das atividades por iniciativa do empregador para frustrar negociação ou dificultar a reivindicações. Além da redução no preço dos combustíveis, Bugatt diz que o movimento busca o apoio da população. Ele ainda afirma que apesar de não ser política, a manifestação está alinhada com “a intervenção militar”.

O que você achou desse conteúdo?