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Governos ligaram alerta e logística dos produtos piora
Reportagem

Governos ligaram alerta e logística dos produtos piora

| EFEITOS | Com o quinto dia de paralisação dos caminhoneiros, Governos começam a tomar medidas e monitorar demandas e abastecimentos. Número de bloqueios piora e alguns setores já deixam de produzir e vender
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Apesar de acordo entre o Governo Federal e algumas entidades que representam os caminhoneiros, a paralisação da categoria não havia acabado ontem. Com isso, a situação de abastecimento em vários estados, que até quinta-feira, 24, estava até equilibrada, ontem ligou o sinal de alerta do poder público. No Ceará, foram pelo menos 18 pontos bloqueados. O Governo estadual garantiu que as áreas de segurança, saúde, produção industrial e de alimentos estão sendo monitoradas.

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Em Minas Gerais, o dia de ontem foi considerado ponto facultativo para otimizar o uso de combustível. A capital do Rio de Janeiro entrou em estágio de atenção por causa do impacto da falta de gasolina, álcool e óleo diesel na mobilidade.
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O uso “hiperracional” de combustíveis também faz parte da estratégia do Governo cearense, com uso de rotas alternativas, gestão da escala de viagens técnicas e esquema especial de abastecimento de viaturas. Na saúde, como publicado pelo O POVO ontem, será necessário monitoramento de cargas de insumos e medicamentos. Enquanto que o abastecimento de frutas e verduras dependerá do escoamento de regiões estaduais que não foram afetadas pelo bloqueio.
 

A produção leiteira, entretanto, já foi fortemente afetada. O superintendente de política leiteira da Betânia, Henrique Girão, diz que um dos caminhões que levava o produto à empresa, com 100 mil litros, ficou bloqueado em Limoeiro do Norte. Com a impossibilidade de escoar, os produtores, principalmente no Sertão Central, poderão ter de derramar o leite. Essa é uma medida inevitável, já que o armazenamento não é possível.
 

Embalagens da linha de iogurte da empresa também não chegaram ao seu destino. Estão presas em Minas Gerais. “O que tentamos fazer hoje (ontem) o dia todo foi fazer coletas mais próximas da fábrica. Nem sei se terá êxito”, afirma o empresário. Atualmente, um industrial, produtor ou mesmo restaurante não pode doar alimentos porque, se alguém passar mal, o doador acaba acusado de ser o responsável.
 

Em nota, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) diz que espera melhoria para que o abastecimento da população seja normalizado. “A maioria das lojas trabalha com estoque médio de produtos não perecíveis, e a falta no abastecimento dos supermercados está mais concentrada nos perecíveis”. O fluxo normal de fornecimento só será retomado em até 10 dias após fim dos bloqueios, previsto para cessar hoje.
 

No País, pelo menos cinco certames foram adiados por causa das dificuldades de locomoção de pessoas em todo o País. Entre eles, a segunda fase do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
 

Já o contexto de abastecimento no Ceará, que mais compra do que vende, é em sua grande maioria de transferência de mercadoria. Ou seja, depende muito do transporte feito pelos caminhoneiros. De acordo com o presidente da Câmara Temática de Logística da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Heitor Studart, as principais rodovias federais que trazem insumos e alimentos ao Estado são as BRs 116, 222, 304, 020 e 101. “São as rotas de conexão do Sul e Sudeste com o Ceará. E todas estão paralisadas”, destaca.
 

O professor de Administração da UFC, Carlos Manta, explica que muitos dos produtos comprados pelo Ceará seguem para grandes armazéns, não indo direto para as redes de supermercado. “Existem muitos depósitos e redes de distribuição e não sabemos como eles estão. Mas entre os estados, quem faz o transporte são os caminhoneiros autônomos mesmo”, afirma.

 

COMO O CEARÁ ATUA
 

O Estado atua no uso de rotas alternativas, gestão da escala de viagens técnicas e esquema especial de abastecimento de viaturas para evitar desabastecimento
essencial 

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