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Sobrevivente comanda esquadrão que protege Amazônia
Reportagem

Sobrevivente comanda esquadrão que protege Amazônia

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O oficial que sobreviveu ao acidente aéreo com o xavante 4626 no litoral do Ceará hoje comanda o Esquadrão Escorpião, em Roraima, responsável pela proteção da Amazônia. O tenente-coronel Ricardo Beviláqua tem 42 anos.
No dia do desastre, Beviláqua era primeiro tenente. Foi promovido a capitão em 2007 e, cinco anos depois, a major. Em 2014, foi nomeado para o cargo de assessor logístico na Missão Técnica Aeronáutica no Paraguai, a mais antiga base da Força Aérea Brasileira (FAB) no exterior. A patente de tenente-coronel foi publicada no Diário Oficial da União em agosto de 2016.
 

Ricardo Beviláqua tem uma atuação discreta nas redes sociais: nenhuma informação sobre formação escolar, trabalho, família ou relacionamentos. Uma busca na Plataforma Lattes revela que, em 2012, o militar concluiu um curso de especialização em Logística Empresarial. O tema da monografia foi 

“A motivação de oficiais aviadores quando exercendo atividade ligada à manutenção de aeronaves”.
 

Em apenas um site o tenente-coronel faz referência ao acidente que matou o colega dele, o tenente Alexandro Prado. Trata-se do Ejection Tie Club, uma confraria com mais de seis mil membros mantida desde 1957 pela empresa Martin-Baker. A companhia britânica fornecia os assentos ejetáveis para os xavantes da FAB.
 

O requisito para entrar no clube é ter sobrevivido a um acidente aéreo usando um assento Martin-Baker. Os pilotos cujas vidas foram salvas pelo equipamento recebem uma gravata, um distintivo em formato de triângulo vermelho e um número de identificação. O brasileiro se inscreveu quando era major e recebeu o título de “ejetado nº 5.193”.
 

O militar enviou uma foto e um pequeno texto em inglês para o site do Ejection Tie Club. No depoimento, ele confirma que o xavante 4626, identificado com o nome do fabricante italiano, apresentou “problemas estruturais” durante o voo. “Eu sou Major Beviláqua, da Força Aérea Brasileira. Gostaria de expressar minha gratidão por salvarem minha vida em 4 de julho de 2000, quando ejetei de um Aermacchi 326 com alguns problemas estruturais. Muito obrigado pela sua ideia extremamente importante, que resulta em salvar vidas”.
 

A reportagem conversou por telefone com o tenente-coronel Ricardo Beviláqua. A pedido do oficial, O POVO enviou e-mails com perguntas sobre o acidente e as condições de segurança do xavante. As mensagens foram enviadas nos dias 7 de março e 4 de abril. Mas o jornal não obteve resposta até o fechamento desta edição. (Dante Accioly)  

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