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Governo propõe alterar Bolsa Família para Bolsa Dignidade
Reportagem

Governo propõe alterar Bolsa Família para Bolsa Dignidade

| BOLSA DIGNIDADE | Temer garante que programa será mantido e promete aumento
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Beneficiária do Bolsa Família, Leileane Machado, 24 anos, desempregada e mãe de duas crianças, diz ter medo que o programa seja extinto. “Apesar de ser pouco, é um dinheiro bom para quem já não tem nada”, explica. Ela mora com o companheiro em um apartamento alugado na Sapiranga e faz parte de um grupo de mais de 13 milhões de favorecidos que, a cada notícia de mudança no programa, teme que será o fim.
 

Ainda em março, o Governo Federal vai anunciar reajuste no valor da bolsa. Além disso, o presidente Michel Temer (MDB) e o ministro do Desenvolvimento Social Osmar Terra estudam outras alterações.
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Após as mudanças começarem a ser noticiadas, blogs de notícias começaram a especular o fim do programa, levando Temer a desmentir. “Eu não estou pregando isso (o fim), estou pregando a manutenção que, aliás, ganhou um aumento no início do meu governo e deverá muito proximamente ganhar um novo aumento”, disse no dia 14.
 

Uma das mudanças deverá ser o nome: benefício passará a se chamar “Bolsa Dignidade”. Para especialistas, a troca não gera impacto social. “Se o objetivo, que é de dar o mínimo de condições de sobrevivência para famílias na extrema pobreza, não mudar, a mudança de nome não vai alterar nada. É algo puramente político”, avalia Francisco Tabosa, professor e coordenador do mestrado em economia rural da UFC. Terra justifica a mudança: “A ideia é mostrar que não é só transferência de renda. Queremos dar um sentido mais dinâmico”.
 

Nem todos, porém, concordam. Marcelo Reis Garcia, conselheiro do presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, segundo a revista Veja, criticou a alteração. Para ele, é uma forma do governo desvincular o programa do PT e, posteriormente, extingui-lo. “Temer e Osmar Terra querem é acabar com o Bolsa Família mudando de nome e sem nenhuma organização conceitual”, diz.


Outra modificação será o incentivo do trabalho voluntário. Beneficiários que praticarem a atividade ganham o acréscimo de R$ 20. Guilherme Irffi, do Departamento de Economia Aplicada e do Programa de Pós-Graduação em Economia da UFC elogia a iniciativa.

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