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Nenhum corredor expresso de ônibus foi feito
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Nenhum corredor expresso de ônibus foi feito

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As avenidas Alberto Craveiro, Paulino Rocha e Silas Munguba deveriam, segundo a matriz de responsabilidade das cidades-sede da Copa de 2014, ter, hoje, corredores expressos de ônibus (BRTs). No entanto, em vez de construir os corredores, a Prefeitura optou por somente requalificar duas dessas vias, com sistemas de drenagem, nova pavimentação asfáltica, padronização de calçadas e ajuste de sinalizações de trânsito.


Essa decisão não foi tomada de forma arbitrária, segundo Manuela Nogueira, secretária municipal da Infraestrutura (Seinf). Na justificativa dela, a expectativa positiva de desenvolvimento urbano que se tinha para o entorno do Castelão por causa da Copa acabou não se concretizando, o que acarreta na necessidade de alteração do projeto inicial. Na época em que foi estabelecido o pacto, entre 2010 e 2012, observou a secretária, “o momento (financeiro) do País, da Cidade, era totalmente diferente do que temos hoje”.


“Então, o tamanho da infraestrutura, das estações (de BRT) que estão no projeto que foi apresentado para o Ministério das Cidades, se a gente implantar hoje, vai estar implantando um ‘elefante branco’”, analisou a gestora. Ela disse que a pasta tem tentado negociar a entrega do projeto em etapas.


Das três avenidas que deveriam receber BRT, a Alberto Craveiro tem as obras mais avançadas. Com 76% do projeto executado, a via, além de ter sido alargada, recebeu faixa de ônibus, drenagem, pavimentação e duplicação da ponte sobre o riacho Martinho. Já na Paulino Rocha, cujas obras estão 48% executadas, houve requalificação de 1,26 km de via, execução de 34% dos serviços de drenagem e construção de túnel e rotatória nas proximidades do Castelão.


A Silas Munguba, por sua vez, é a única avenida que ainda não recebeu modificação estrutural. Segundo Manuela, porque “o valor da obra é menor que o valor da desapropriação”, tendo em vista que, por a avenida ser estreita e bem adensada, seria necessário “tirar um monte de gente” para instalar o BRT. Nessa via, o que é importante agora, segundo ela, é organizar, com um túnel, o cruzamento que recebe o fluxo do Terminal da Parangaba, da Silas Munguba e da rua Germano Franck.


Além disso, outro fator que, segundo a secretária, impede que sejam construídos os BRTs que foram pactuados com o Ministério das Cidades, é que a Prefeitura não pretende, até então, aderir à bilhetagem externa exigida pela União. Por questões políticas e econômicas que, de acordo com Manuela, envolvem o serviço prestado pelos cobradores de ônibus e o próprio valor da tarifa. “Tem que ser feito passo a passo. Pra eu fazer isso num corredor, aumentaria muito o custo. E, em Fortaleza, temos tarifa única”, ponderou. (Luana Severo)


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