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Superintendente da PF aponta corrupção de agentes de segurança
Reportagem

Superintendente da PF aponta corrupção de agentes de segurança

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Tipo Notícia


O superintendente da Polícia Federal no Ceará, Delano Cerqueira Bunn, também defende que o gargalo do combate ao crime organizado está no sistema penitenciário. Ele critica a facilidade com que os presos têm acesso a celulares dentro dos presídios, mesmo com o uso de detectores de metais e scanneres de corpo nos prédios. Diz ainda que há outro problema a ser enfrentado: a corrupção de agentes da segurança, em todas as esferas e instituições.
 

“Nossa percepção é exatamente essa. E digo isso baseado em dados das nossas investigações. Na Polícia Federal, muitas das apreensões de drogas que a gente faz são com base em telefonemas interceptados dentro dos presídios. Por isso, acrescente aos presídios outra coisa que precisa ser enfrentada e deve ser cobrada das autoridades: a corrupção nas instituições de segurança”, declarou.
 

Delano afirma ser inconcebível que o Ceará ainda não tenha uma penitenciária de segurança máxima, com regime diferenciado. Uma unidade de regime diferenciado deverá ser construída no terreno do Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), em Aquiraz. As obras, conforme a secretária da Justiça e Cidadania, Socorro França, começam ainda este mês.
 

“O uso desses equipamentos tem uma função importante. A segurança máxima influencia no poder de dissuasão que os estados têm em relação a essas facções. Não resolve, mas certamente eles pensam duas vezes antes de se instalar em alguns estados, sob o risco de serem postos nesse regime diferenciado, sem acesso a celulares, por exemplo”, disse.
 

Ao cobrar rigor no controle interno, Bunn aponta esgotamento da PF no Estado. “Já fizemos operação pra fechar a Denarc, a Expresso 150, dos advogados e desembargadores, mas a estrutura da Polícia Federal não consegue dar vazão a todos os problemas da segurança, justiça e sistema penitenciário. Os órgãos, em todo o País, precisam de um sistema interno de controle dos seus pares”.
 

Sem revelar o efetivo da PF local, Delano destacou que, desde que assumiu, em março de 2016, já perdeu 25% dos agentes que atuavam no Estado. Em sua maioria, eles se aposentaram. O delegado cobra a realização de concurso público para a instituição e antecipou que faria essa cobrança junto à Direção Geral da PF, em Brasília. (TP)

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