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Helicóptero já está identificado e seria patrimônio da facção
Reportagem

Helicóptero já está identificado e seria patrimônio da facção

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Tipo Notícia


Uma fonte que atua na investigação do caso, e pediu anonimato, confirmou ao O POVO que já está identificado o helicóptero utilizado na execuçãodos chefes do PCC em Aquiraz, na área indígena dos Jenipapo-kanindés.


A aeronave seria patrimônio da própria facção e, até poucos dias antes das mortes, estava sendo usada tanto por Gegê do Mangue (Rogério Jeremias de Simone) como por Paca (Fabiano Alves de Souza). Era como os dois principais chefões em liberdade do grupo criminoso circulavam pelo Ceará - pelo menos desde dezembro do ano passado.
 

O prefixo é mantido como informação-chave na investigação, para tentar chegar aos executores. Apesar do detalhe da identificação, a aeronave ainda não foi localizada pelos investigadores. Operar em baixíssima altitude (a menos de 150 metros) pode ter possibilitado um voo “invisível” - o suficiente para conseguir pousá-la e escondê-la em alguma propriedade particular.
 

O helicóptero, modelo não informado, não seria registrado no Ceará. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 44 dessas aeronaves têm inscrição no Estado. Aparelhos de outras unidades da federação podem ter atuação fixa no espaço aéreo cearense. Há 43 helipontos autorizados no Ceará, 20 deles na Capital.
 

O piloto e empresário Paulo Barros, dono da North Star Táxi Aéreo, diz que um helicóptero tem aproximadamente três horas e meia de autonomia de voo. “De Fortaleza a Natal, gasta 2h15min. Leva 3 horas para chegar a São Luís ou até Recife. E pode pousar em qualquer canto aberto para reabastecer.”
 

Segundo Barros, sua empresa detém as duas únicas homologações de helicópteros para locação em Fortaleza. “Eles não conseguiriam fazer um voo desses saindo do aeroporto (terminal antigo), onde tudo é fiscalizado. Não decolariam de lá com armas na aeronave”, afirma. No local, pilotos e passageiros são submetidos ao aparelho de raio-X antes da decolagem.
 

Ao longo do dia, por telefone, O POVO tentou contato com o suboficial Sousa Filho, coordenador do Controle de Tráfego Aéreo de Fortaleza, e com a chefia do Controle Aéreo Regional (Cindacta III), em Recife. Não houve retorno às ligações. (Cláudio Ribeiro e Demitri Túlio) 

 

MORTES NA ALDEIA
 

As indicações são de que os dois chefes do PCC foram executados na própria área indígena. Os corpos apresentavam perfurações a bala na cabeça e por faca 

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