O pacote de medidas anunciado pelo governador Camilo Santana para combater o crime organizado já era discutido pelo poder público antes da chacina das Cajazeiras. As três ações estão fundamentadas numa estratégia integrada entre Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Polícia Federal (PF), Ministério Público Estadual (MPCE), Defensoria Pública e Tribunal de Justiça (TJCE), entre outros órgãos.

A criação de um grupo especializado no combate às facções no Ceará, dentro da Polícia Federal, é uma das ações. No entanto, a própria PF admite que essa ideia já existia de maneira autônoma. A novidade está apenas na integração com demais instituições.

As outras duas iniciativas são a união dos órgãos num mesmo espaço físico, para consolidar informações e executar estratégias, e a criação de uma vara judicial específica para crimes relacionados às facções. Segundo o TJCE, essa vara deve funcionar na Capital. Uma reunião hoje definirá os encaminhamentos para a instalação.

Evidência de que a integração entre órgãos já era pensada antes da chacina ocorreu no último dia 12. Em entrevista coletiva sobre balanço dos homicídios no Ceará em 2017 (recorde de 5.134 assassinatos), o secretário André Costa mencionou o trabalho junto ao Ministério Público no combate às facções.

João Marcelo Sena e Luana Severo