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Bancos públicos e privados, além de credores internacionais da Oi, uniram-se ao Governo Federal para elaborar um plano alternativo no processo de recuperação judicial da operadora. A estratégia é afastar a proposta do empresário Nelson Tanure, um dos maiores acionistas da Oi e notório pelos investimentos em empresas em crise.
Para ganhar tempo e se mobilizar, os credores pediram - e conseguiram - o adiamento da assembleia marcada para segunda-feira que discutiria o plano apoiado por Tanure. O juiz da 7.ª Vara Empresarial do Rio, Fernando Viana, adiou nesta sexta-feira, 20, a reunião para o dia 6 de novembro, com segunda convocação para o dia 27 do próximo mês.
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O plano alternativo será uma “cruzada contra Tanure”. O empresário é conhecido por entrar em empresas em sérias dificuldades, como o estaleiro Verolme, a operadora Intelig e a petroleira HRT, e tentar lucrar com sua posterior venda. É a primeira vez que Governo e iniciativa privada se alinham para tentar evitar a derrocada da Oi, que está em recuperação judicial desde junho de 2016, com dívida de R$ 64 bilhões - o maior processo do gênero da história do País.
O grupo que quer mudar o plano de recuperação da Oi concentra quase 70% da dívida da tele. Juntos, BNDES, Banco do Brasil e Caixa têm R$ 10 bilhões a receber. Os detentores de títulos (bondholders), representados pelo banco Moelis e pela consultoria G5 Evercore, somam R$ 22 bilhões. Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Advocacia-Geral da União (AGU) têm outros R$ 12 bilhões, isso sem considerar multas.
A avaliação de fontes envolvidas nas negociações é que Tanure apostava na incapacidade de organização dos credores e queria vencê-los pelo cansaço. O empresário tenta evitar a diluição de sua fatia na Oi (ele detém 7% diretamente e 20% indiretamente). Com um grupo unido contra ele, uma fonte diz que ele poderá ser obrigado a ceder neste ponto ou a buscar mais capital para preservar sua participação. Procurado, Tanure não comentou.
Agência Estado