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Brasil é o penúltimo em ranking de competitividade
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Brasil é o penúltimo em ranking de competitividade

Conforme levantamento da CNI, que compara nove diferentes critérios, pior resultado do País foi no quesito disponibilidade e custo de capital
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À frente apenas da Argentina, o Brasil ocupou penúltimo lugar em ranking de competitividade que inclui 18 países. O estudo é realizado anualmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e compara nove critérios que influenciam a capacidade de uma empresa brasileira competir com uma companhia estrangeira. Canadá, Coreia do Sul e Austrália ocupam as primeiras posições do ranking.

 

De 2015 para 2016, o Brasil piorou em quatro indicadores: disponibilidade e custo de mão de obra; ambiente macroeconômico; competição e escala do mercado doméstico; e tecnologia e inovação. A pior colocação foi no quesito disponibilidade e custo de capital. Entre os 18 países, o Brasil teve a maior taxa de juros real de curto prazo (11%) e o maior spread bancário (31,3%). “Felizmente, vemos o início da solução disso, com o Banco Central começando a reduzir os juros”, afirmou o gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.


No quesito disponibilidade e custo de mão de obra, o Brasil caiu da 5ª para a 11ª posição. Segundo Fonseca, embora a desvalorização do real frente ao dólar tenha tornado os salários mais baratos, a baixa produtividade do trabalhador teve peso maior nesse indicador. Isso significa que é preciso mais pessoas para cumprir um mesmo trabalho no Brasil que em outros países.


Desde que o levantamento começou a ser realizado, em 2012, o País nunca conseguiu sair do penúltimo lugar. No mesmo período, o País se manteve estável nos critérios disponibilidade e custo de capital; infraestrutura e logística; peso dos tributos; e ambiente de negócios.


Diretor de Políticas e Estratégia da entidade, José Augusto estima que a Selic - taxa básica de juros - fique abaixo dos dois dígitos até o final de 2017. “Podemos ter alguma mudança no ranking deste ano com os avanços na área fiscal, o combate à inflação e a taxa de juros em queda”.

 

Educação

A boa notícia do estudo é que o País subiu uma posição no ranking no fator educação, saindo do 10ª para o 9ª lugar. Apesar da leve melhora, em 2016, o Brasil destinou 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, volume inferior apenas ao da África do Sul, que reservou 7,3% do PIB para esse fim. E o volume de investimentos não se reflete na qualidade do ensino.

 

Fonseca explicou que, no programa internacional de avaliação de estudantes (PISA) de 2015, o País ficou na 12ª posição entre 14 países. “Há um problema de gestão. Precisamos fazer com que esse gasto gere resultados eficientes”, sugeriu. Além do Brasil, integram a pesquisa outros 17 países com economias similares, como África do Sul, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Índia, Indonésia, México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia e Turquia. (Agência Estado)

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