Carro elétrico: Prós e Contras
Toda evolução gera resistência. No final do século XIX, o rei alemão Wilhelm II protestou e disse que seria provisória a substituição do cavalo pelo motor na carruagem. Com o carro elétrico não é diferente, mesmo que na Noruega, por exemplo, já seja mais vendido que o carro a combustão. Kaiser Wilhelm II morreu há tempos, mas deixou sucessores: já se tentou provar - na Alemanha - que o elétrico polui mais que o diesel…
A argumentação contra o elétrico mescla o emocional (apaixonados como eu…) e o racional. Pode até demorar um pouco mais em países sem infraestrutura para recebê-lo. Mas virá, mais dia, menos dia…
Os prós
• Mais "limpo"
Não polui, mas a produção de energia elétrica nem sempre é das mais limpas. Quem o defende alega que, na pior das hipóteses, a poluição é deslocada dos centros urbanos para o campo.
• Eficiente
Nem se compara a eficiência do elétrico (95%) com o motor a combustão (35%), que já deveria ter virado peça de museu há tempos.
• Prático
Não tem o enorme espaço roubado por motor e transmissão, sobrando muito mais para passageiros e bagagem.
• Manutenção
Motor elétrico não tem dezenas de peças móveis nem troca de óleo, água, ou correias. Nem caixa de marchas, diferencial ou cardã. Tem uma única peça móvel. E não ferve…
• Custo por km
Cerca de três vezes mais eficiente, reduz o custo do km rodado.
• Desempenho
Torque total desde que se encosta o pé no acelerador. Pode ter tração integral sem o peso nem o espaço ocupados pelo eixo cardã dentro de um túnel: um motor no eixo dianteiro, outro no traseiro. E centro de gravidade lá em baixo, pois as baterias ficam sob o assoalho.
• Opções de fontes de energia
A corrente elétrica não necessita de pesadas baterias: pode ser gerada no próprio carro por uma célula a combustível, alimentada por hidrogênio ou outro combustível (liquido ou gasoso) do qual se extrai o H2. Ou ter geração limpa: eólica, solar, biomassa ou hidroelétrica.
Os contras
• Baterias
Estão em processo de desenvolvimento, mas ainda pesadas, caras e de reciclagem complicada.
• Emissões
O elétrico roda limpo, mas a produção de baterias e sua recarga podem gerar emissão de CO2. O que depende de como se gera energia elétrica no país: na China e na Alemanha, por exemplo, parte dela ainda vem de usinas de carvão.
• Autonomia
Desde os primeiros elétricos, no início do século XX, este problema ainda não foi bem resolvido.
• Recarga
Ao contrário do combustível líquido, baterias demandam horas para serem completamente recarregadas.
• Pontos de recarga
Esse é um dos complicadores: onde instalar o equipamento de carga rápida? E quem não tem garagem em casa? E numa viagem, quando existirão suficientes pontos de recarga rápida na estrada?
• Investimento inicial
O carro elétrico custa mais que o convencional, pois as baterias ainda são muito caras.
• "Fantasma"
Por maior que seja a autonomia (que já pulou de 100 km para 400 km nos últimos dois anos), ainda não se afastou o fantasma de ficar na rua com as baterias arriadas. Exceção: elétricos com um motor a combustão para recarregá-las. Mas, tudo tem seu custo…
• Opções
Ainda são poucos os fabricantes de carros elétricos e as opções para o consumidor.
Solução doméstica
No Brasil, solução adequada seria do carro elétrico sem bateria. Uma célula de hidrogênio (fuel-cell) produziria a eletricidade para os motores. O tanque seria abastecido com etanol de onde se extrairia o hidrogênio para a fuel cell. Somos o único país no mundo que já tem uma rede de postos com bombas de etanol. E a Unicamp já desenvolve um projeto (parceria com a Nissan) para reduzir custo e peso do reformador, equipamento que extrai o H2 do etanol.
O Povo