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Carro elétrico: Prós e Contras

00:00 | 09/05/2019

Toda evolução gera resistência. No final do século XIX, o rei alemão Wilhelm II protestou e disse que seria provisória a substituição do cavalo pelo motor na carruagem. Com o carro elétrico não é diferente, mesmo que na Noruega, por exemplo, já seja mais vendido que o carro a combustão. Kaiser Wilhelm II morreu há tempos, mas deixou sucessores: já se tentou provar - na Alemanha - que o elétrico polui mais que o diesel…

A argumentação contra o elétrico mescla o emocional (apaixonados como eu…) e o racional. Pode até demorar um pouco mais em países sem infraestrutura para recebê-lo. Mas virá, mais dia, menos dia…

 

Os prós

• Mais "limpo"

Não polui, mas a produção de energia elétrica nem sempre é das mais limpas. Quem o defende alega que, na pior das hipóteses, a poluição é deslocada dos centros urbanos para o campo.

• Eficiente

Nem se compara a eficiência do elétrico (95%) com o motor a combustão (35%), que já deveria ter virado peça de museu há tempos.

• Prático

Não tem o enorme espaço roubado por motor e transmissão, sobrando muito mais para passageiros e bagagem.

• Manutenção

Motor elétrico não tem dezenas de peças móveis nem troca de óleo, água, ou correias. Nem caixa de marchas, diferencial ou cardã. Tem uma única peça móvel. E não ferve…

• Custo por km

Cerca de três vezes mais eficiente, reduz o custo do km rodado.

• Desempenho

Torque total desde que se encosta o pé no acelerador. Pode ter tração integral sem o peso nem o espaço ocupados pelo eixo cardã dentro de um túnel: um motor no eixo dianteiro, outro no traseiro. E centro de gravidade lá em baixo, pois as baterias ficam sob o assoalho.

• Opções de fontes de energia

A corrente elétrica não necessita de pesadas baterias: pode ser gerada no próprio carro por uma célula a combustível, alimentada por hidrogênio ou outro combustível (liquido ou gasoso) do qual se extrai o H2. Ou ter geração limpa: eólica, solar, biomassa ou hidroelétrica.

Os contras

• Baterias

Estão em processo de desenvolvimento, mas ainda pesadas, caras e de reciclagem complicada.

• Emissões

O elétrico roda limpo, mas a produção de baterias e sua recarga podem gerar emissão de CO2. O que depende de como se gera energia elétrica no país: na China e na Alemanha, por exemplo, parte dela ainda vem de usinas de carvão.

• Autonomia

Desde os primeiros elétricos, no início do século XX, este problema ainda não foi bem resolvido.

• Recarga

Ao contrário do combustível líquido, baterias demandam horas para serem completamente recarregadas.

• Pontos de recarga

Esse é um dos complicadores: onde instalar o equipamento de carga rápida? E quem não tem garagem em casa? E numa viagem, quando existirão suficientes pontos de recarga rápida na estrada?

• Investimento inicial

O carro elétrico custa mais que o convencional, pois as baterias ainda são muito caras.

• "Fantasma"

Por maior que seja a autonomia (que já pulou de 100 km para 400 km nos últimos dois anos), ainda não se afastou o fantasma de ficar na rua com as baterias arriadas. Exceção: elétricos com um motor a combustão para recarregá-las. Mas, tudo tem seu custo…

• Opções

Ainda são poucos os fabricantes de carros elétricos e as opções para o consumidor.

Solução doméstica

No Brasil, solução adequada seria do carro elétrico sem bateria. Uma célula de hidrogênio (fuel-cell) produziria a eletricidade para os motores. O tanque seria abastecido com etanol de onde se extrairia o hidrogênio para a fuel cell. Somos o único país no mundo que já tem uma rede de postos com bombas de etanol. E a Unicamp já desenvolve um projeto (parceria com a Nissan) para reduzir custo e peso do reformador, equipamento que extrai o H2 do etanol.

O Povo