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Pé no acelerador
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Pé no acelerador

Encerramento do Rally dos Sertões será neste sábado, 25/8, no Aterro da Praia de Iracema
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Está mais perto do que longe, literalmente. Até a final no sábado, 25/8, em Fortaleza, os competidores da 26ª edição do Rally dos Sertões terão percorrido 3.607 km em carros, motos, quadriciclos e UTVs. Ao todo, são 23 cearenses inscritos e movidos pela vontade de superação, mas também pela paixão por veículos. É o caso do piloto cearense Riamburgo Ximenes, 52, na disputa em UTV ao lado do navegador Flávio França.

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Riamburgo tem no currículo títulos de campeão em diversos ralis, como Cerapió, Pioceará, Dakar, e o próprio Sertões - em 2004 e 2005 venceu nas categorias production e superproduction, respectivamente. Mas o marco, para ele, foi justamente a vitória na geral do Rally dos Sertões, em 1999. "Até então havia uma hegemonia de vitórias dentre os competidores do sudeste do País e, apesar do Rally olhar para o Nordeste e apreciar nossas trilhas, belezas e lugares, não havia ainda um representante nordestino dentre os favoritos, eu fui a zebra daquele ano. Fiz uma prova estratégica e considero que a minha vitória não foi só minha, mas foi também um despertar para os nossos talentos. Foi a partir daquele resultado que passei a ser um piloto reconhecido nacionalmente", lembra.

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Ele ficou os últimos seis anos afastado do grid, mas acredita no desempenho dos representantes do Estado, inclusive, com novos talentos. "Essa nova geração é fundamental para produzirmos mais campeões e melhores resultados. Passei os últimos anos acompanhando as competições de baja cearenses e essa garotada que está na pista é super talentosa, dá trabalho acelerar com eles! 

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Acredito que o Sertões nos permite uma maior visibilidade para todos nós que vivemos o rali no Brasil", analisa.

 

O executivo de vendas Alisson Baima Rebouças, 34, praticava off-road há muito tempo, e participa do Rally dos Sertões pela primeira vez. Ao completar um desafio de negócio, o presidente da empresa onde ele trabalha já o levaria para compor a equipe dele, mas Alisson conseguiu se inscrever como competidor na categoria regularidade/turismo (carro) após ganhar o prêmio de um concurso cultural e juntar dinheiro, além de patrocínio. "Nos fins de semana, eu tirava o dia para treinar, no tempo mesmo que conseguia encaixar. Participar dos grupos off-road acaba sendo uma porta entrada para os ralis". O investimento para entrar na disputa fica entre R$ 30 a R$ 40 mil, segundo ele calcula.

 

[SAIBAMAIS]Na categoria quadriciclo, o empresário cearense Giovanni de Castro, 28, estima média de gasto entre R$ 40 mil a R$ 50 mil, por piloto. "A gente está levando um caminhão, mais duas camionetes, é muito combustível. A nossa equipe está bem estruturada, são dez integrantes, cada pessoa paga uma inscrição de apoio de R$ 1.800, fora hospedagem, alimentação, passagem aérea", enumera. Ele já competiu no Rally RN 1500 e está nos Sertões pela segunda vez. "É realmente como se fosse um Ironman, sendo que em quadriciclos, nos superamos a cada dia".

 

Para engajar mais gente, a organização do evento realiza expedições - tanto em carros 4x4 como em motos. Participar desse passeio é uma forma de aspirantes se prepararem antes da competição de fato, diz o diretor-geral do Rally dos Sertões, Marcos Moraes. "É uma viagem de férias, na qual se aprende também os truques da competição. Se a pessoa gostar e decidir encarar a aventura para valer, no ano seguinte, tem a opção da prova de regularidade ou a de cross-country", informa.

 

RECEITA DE CAMPEÃO de Riamburgo Ximenes

 

"Há uma regra muito simples para fazer um bom 1º Sertões ou um Dakar, por exemplo: entrar com o objetivo de concluí-lo. É preciso compreender que cada dia é uma maratona distinta e que a soma desses resultados definirá seu resultado final. No decorrer da prova, naturalmente, os ponteiros andam em um ritmo mais forte. O ideal é descobrir seu ritmo e aprimorá-lo, entender onde e como você vai esticar seus limites é o que te fará um bom competidor"

 

Dicas

1. Antes de participar de ralis, é importante fazer parte de grupos de off-road. Os integrantes fazem trilhas pelo Estado, até mesmo com a companhia da família;

 

2. Competir em um rali requer grande quantia em dinheiro, principalmente quando não há patrocínio. Os custos podem chegar a R$ 150 mil, por exemplo, incluindo treinos antes da disputa, valor da inscrição, manutenção do veículo, hospedagem, alimentação, pagamento da equipe de apoio;

 

3. Antes de entrar com tudo, vale a pena participar na categoria expedições de passeio. É uma forma de conhecer um pouco da rotina fora da estrada;

 

4. Fazer exercícios físicos é importante para aguentar dirigir por tantas horas;

 

5. O futuro competidor não pode esquecer de se preparar psicologicamente. São vários dias sem muito contato com a família, além das horas exclusivas aos treinos antes da largada.

 

Números

 

3.607 km

Total da prova

 

2.059 km

Total de especiais

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