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Contra o cronômetro
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Contra o cronômetro

Os pilotos de kart se arriscam em alta velocidade em busca do troféu desde jovens
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Ultrapassar os adversários para que faça o menor tempo possível e estar em primeiro lugar quando vir a bandeira quadriculada balançando. E quem sabe um dia chegar ao pódio mais alto e tomar banho de champanhe. Esse é o desejo compartilhado por competidores de kart, que muitas vezes começam na pista ainda na infância, seja pelo gosto por automobilismo, seja pelo incentivo da família.

O interesse por carros de Daniel Minerva, 37, começou quando ainda era uma criança. O sonho de pilotar ganhou força aos 15 anos, quando foi convidado por um amigo para ir ao kartódromo dar umas voltinhas no seu kart. “Eu tenho um amor muito grande por carro. É o esporte que eu escolhi para me dedicar, porque eu trabalho com carro e gosto de automobilismo. Meu sonho sempre foi ser piloto de algum esporte automotivo e a minha escolha foi o kart”, conta. Hoje, o avaliador de veículos e piloto profissional de kart, já possui oito anos de prática e participa da categoria novatos na Copa Mônaco há dois anos.
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Homologada e supervisionada pela Federação Cearense de Automobilismo (FCA), esse campeonato acontece na pista do Kart Mônaco de 850m de extensão, localizado no Jangurussu.

 

Ele é dividido nas categorias de novatos, light e graduados, que competem em dez etapas ao longo do ano. Após a soma de pontos total, os vencedores finais sobem ao pódio para receber os troféus. “Quem é campeão e vice-campeão, sobe para a categoria light. E campeão e vice-campeonato da light, sobe para as graduados”, explica Daniel.

Como as provas acontecem em alta velocidade, é preciso muita atenção para que ninguém saia machucado. No entanto, o piloto acredita que os acidentes são quase inevitáveis devido à pouca distância entre os karts. Em uma disputa por posição, Daniel e outro competidor entraram muito afoitos na curva e provocaram um choque entre os veículos. “Eu capotei e ele saiu da pista, porque a gente colidiu. Mas nada de grave, só escoriações leves. Às vezes, a gente fica mais preocupado com o carro do que com a gente mesmo”, relembra.

Foi também um acidente inusitado que acabou tirando Gabriell Chaves, 15, do primeiro pódio do Campeonato Cearense de Kart de 2017. Na última etapa, quando outro piloto o tentou ultrapassar em uma área que não era ponto de ultrapassagem e um kart subiu em cima do outro. “Perdi o campeonato naquele momento”, lamenta. Por fim, ficou na segunda colocação. Apesar de ser o mais novo de todas as categorias do Cearense, Gabriell já compete pelo nível F4 A.

Segundo Lutianne Soares, diretor do Clube de Kart do Ceará, o campeonato cearense é dividido nos grupos Graduados A, Graduados B, F4 A e F4 light, sendo esta última a categoria de entrada, ou seja, a mais barata e de nível mais iniciante. “Hoje o nosso campeonato cearense é o mais forte de Norte e Nordeste com número de participantes. Vem gente da Paraíba para correr aqui. A gente está mandando uma delegação de seis pilotos para participar do campeonato brasileiro, em julho”, ressalta. O Clube de Kart é responsável pela organização e promoção do evento há 20 anos, enquanto a FCA faz a fiscalização.

No total, são doze etapas distribuídas em seis eventos, com média de 40 pilotos participando. “O campeonato, desde o começo, acontece no kartódromo de Morada Nova. Existe a previsão de, até o fim do ano, terminar o campeonato no kartódromo do Eusébio. A gente está pleiteando a construção de um kartódromo no Eusébio, essa última etapa seria a inauguração. O campeonato do ano que vem deve ser dividido em Morada Nova e no Eusébio”, afirma Lutianne Soares.

Para competir, o mais comum é o competidor ser proprietário de seu kart. Assim, além das taxas de inscrição, é necessário arcar com os custos de manutenção. “Como eu corro de F4, os meus custos por corrida são o pneu, o combustível, o mecânico, dependendo da pista, a diária da pista, se você for mensalista, não. Claro, você tem que ter um equipamento bom.

Um pneu bom, um eixo bom, dependendo do campeonato, você gasta aí R$ 1000 por corrida”, ilustra Gabriell. “O custo maior que a gente tem é de pneus. Um pneu novo tem a durabilidade de 400 voltas. E as nossas etapas tem duas baterias de 20 voltas cada”, aponta Daniel.

Mas em alguns casos, o piloto ainda não pode pagar suas próprias contas. Bernardo Gentil, 8, já assegura que quer seguir a carreira. “Eu gosto de automobilismo, eu gosto de velocidade. Eu só sinto que eu quero ganhar e fazer tempo bom”, responde como gente grande sem titubear. Integrante da Academia de Pilotos Shell Racing, teve seu primeiro contato no antigo kartódromo de Eusébio, porém já conquistou o terceiro lugar no campeonato de São Paulo e a segunda posição em Brasília, ambos em 2017. “Enquanto ele tem um sonho, a gente dá força. Com 16 ou 17 anos, ele vai estar na Fórmula 1, isso é certeza”, apoia o administrador Paulo Porto, pai de Bernardo.

Os amadores também têm vez

Se reunir alguns amigos, o kart também pode ser uma boa atração de lazer. Nas pistas, os clientes podem alugar o veículo por alguns minutos para uma corrida e se proteger com os equipamentos obrigatórios disponíveis. Para a segurança, enquanto é recomendado que se utilize calça jeans e que cabelos longos sejam presos antes, é exigido que sejam utilizados sapatos fechados e capacetes. Mesmo sendo por diversão, não é permitido que se pilote sob efeito de álcool. Além disso, atitudes antidesportivas poderão provocar desclassificação.

No Kart Mônaco, o aluguel pode ser feito por R$ 60 por pessoa a partir de 10 anos, para uma corrida de 20 voltas, com duração de 15 a 20 minutos. A pista asfaltada tem extensão de 850 metros. É preciso que seja feito agendamento. “Tem que estar dentro dos seus limites. Em casos de acidente, tem que diminuir a velocidade. O kart tem uma regulação, é interessante estar sempre posicionado com os punhos encostando no volante e as pernas levemente flexionadas”, sugere Luiz Lacava, sócio proprietário da Kart Mônaco.

Já no Clube de Kart Iguatemi, as regras são passadas em briefing em forma de vídeo. Os competidores devem ter, no mínimo, oito anos. O aluguel é de R$ 80 para uma corrida de 20 minutos, que corresponde a cerca de 25 voltas na pista de 700 metros. Funciona por agendamento e por ordem de chegada. Também, é organizado um campeonato que acontece todas as quarta-feiras. “É aberto ao público. Não é só para profissionais, ele é formado pelos clientes mais assíduos, mas também ficou aberto ao cliente que vai esporadicamente”, afirma Leonardo Soares, administrador do Clube de Kart Iguatemi.

Para quem quer mais adrenalina, há a opção da pista off road. No Ipark, as instruções também são passadas no briefing, a idade mínima é de 14 anos e é necessária a altura de 1,3 metros. O aluguel é feito por ordem de chegada, de R$ 65 por 20 minutos, com 400 metros de extensão. “Ela gera mais adrenalina por ser uma pista que escorrega um pouquinho mais, ela tem uma compactação diferentes das de estacionamento de shopping, de asfalto. O piloto tem que ser mais cauteloso e ter mais sensibilidade no volante”, recomenda Paula Sena, gestora do Ipark.

Dicas para se dar bem nas pistas

1 - Pneus

Ficar de olho nos pneus é fundamental. É bem óbvio perceber se um pneu está desgastado ou não. Um bom indicativo são os furinhos no meio de cada pneu. Quanto mais raso for esse furo, mais aquele pneu já rodou. Procure os pneus mais recentes ou então escolha um kart que tenha vencido corridas no mesmo dia.

2 - Calibragem


No kart indoor, o ideal é sempre uma calibragem que não seja nem tão alta. Pise no pneu, se estiver muito duro ou afundando facilmente é melhor evitar.

3 - Pilotagem suave

 

A dica unânime de pilotagem é dirigir o mais suave possível. O kart indoor escorrega muito, por isso, ficar freando e acelerando ao mesmo tempo, virando o volante pra todo lado, vai parecer que está indo rápido, mas na verdade não estará.

4 - Freie antes, acelere antes

O melhor ao sair da curva é frear antes e voltar a acelerar. Tão mais rápido voltar o pé no acelerador, mais velocidade de reta você vai ter. Entra com velocidade, contorna, e pisa o pé no acelerador pra sair da curva.

5. Corpo todo

Ao sair de uma curva apertada, levante o corpo do assento, isso vai dar ao motor um pouco mais de capacidade para acelerar mais rapidamente em uma reta.

SERVIÇO

Kart Mônaco

R$ 60

A partir de 10 anos

20 voltas

Endereço: Av. Presidente Costa e Silva, 3050 - Jangurussu

Funcionamento: de terça a domingo, das 16 às 22h

Clube de Kart Iguatemi

R$ 80

A partir de 8 anos

20 minutos

Piso L6 - Estacionamento Verde

Endereço: Shopping Iguatemi - Av. Washington Soares, 85 - Edson Queiroz, Fortaleza

Funcionamento: de terça a sexta, das 16h às 22h; sábado e domingo, de 12h a 22h

agendamento@cekart.com

Telefone: (85) 98929-7989 (whatsapp)

Ipark

R$ 65

A partir de 14 anos e 1,3m de altura

20 minutos

Endereço: Estrada da Ypioca, s/n - Tapupara, Maracanaú

Funcionamento: sábado e domingo, das 9h às 17h

Telefone: (85) 3341 – 0407

 

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