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Se discrição é sua marca, escolha outro carro para dirigir. O Mustang tem aquilo que na falta de melhor definição chamam de aura. A mística do primeiro Pony Car (ou Muscle, como queira) do mundo é muito forte. Quem pode comprar um pensa na ideia e quem só pode sonhar voa. Nas ruas, prepare-se para ser abordado. Numa das cenas, um motorista de ônibus emparelhou para bater...palmas.
O POVO dirigiu o Mustang por cinco dias em Fortaleza, depois de ter coberto o lançamento estático (era só para ver) no fim do ano passado, no Jockey Club de São Paulo, e de guiar o rapaz em Interlagos, também em São Paulo (com o repórter Átila Varela), nós pusemos o cavalo para galopar da Capital até Paracuru. Cerca de 90 km em estrada relativamente ok. Um crime seria não por os quase
500 cavalinhos soltos no pasto.
O carro pede velocidade. Cabe ao ocupante do lado esquerdo regular o pé direito. A frustração de guiar o modelo em área urbana dá lugar a este tipo de desaponto. Mas vamos lá. Nas curvas, muita confiança e segurança para o condutor. O muscle car exibe seus músculos e seu relinchar. A versão única GT Premium com motor V8 5.0 de 466 cv e transmissão automática de 10 velocidades é tudo o que se espera dele. Exceto caso o nobre comprador tenha acreditado nos quatro lugares.
Não, o Mustang é um carro para dois, ainda que ofereça um singelo gancho Isofix no banco traseiro para assentos infantis. Experimente entrar lá apenas para sair logo. Não existe. Melhor assim. Na frente, ok. O banco dianteiro, com direito a couro e ventilação com aquecimento (inútil por aqui) e resfriamento, carregam com (no) conforto.
O modelo topo de linha tem painel digital de 12 polegadas, central multimídia SYNC 3.. O cavalo tem borboletas. As alavancas padlle shift estão atrás do volante. No design, boa parte da razão do sucesso.
Afora o porte, saídas exclusivas de ar no capô, conjunto óptico em LED. As luzes de assinatura de três barras na dianteira e na traseira são marcantes. As rodas esportivas de 19 polegadas têm acabamento preto brilhante e aerofólio traseiro. Com eles, pneus 255/40 na dianteira e 275/40 na traseira.
Quem compra um Mustang vai gostar. O modelo oferece uma bossa. Há luzes de cortesia nos retrovisores que projetam a imagem do símbolo no chão. Quem não é chegado a chegar chegando - passa reto. Por falar nisso, existem relatos de que o ronco do motor em vagas no subsolo de prédios faz disparar o alarme dos carros. Para evitar inconvenientes, pode-se possível escolher faixa de horário na qual a partida do motor seja mais silenciosa.
Há seis modos de condução predefinidos: Normal, Esportivo, Esportivo , Pista, Drag e Neve. Existe também um modo extra. Neste, é possível personalizar câmbio, acelerador, ABS, ESP, direção, suspensão e escapamento. Em suma, o Mustang oferece a sensação de que uma viagem prosaica ao trabalho ou ao supermercado pode ser bem divertida.
Pony ou Muscle
Há polêmica nesta pista. Segundo o Muscle Car Club dos EUA, os "pony cars" são carros compactos com motores V8 de bloco pequeno. Portanto, até 360 polegadas cúbicas de cilindrada (ou 5,9 litros). Para além deste porte, seriam "muscle cars". Exemplos seriam carros grandes, como os antigos Charger R/T e Ford Torino. O Mustang GT (5.0 V8) seria um "pony car", mas há quem o chame de Muscle também.
Ford Mustang GT V8 5.0
Preço básico: R$ 299.900
Motor: 8 cilindros em V 5.0, 32V, comando de válvulas variável, injeção direta e indireta
Cilindrada: 5038 cm³
Combustível: gasolina
Potência: 466 cv a 7.000 rpm
Torque: 56,7 kgfm a 4.600 rpm
Câmbio: automático sequencial, dez marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e integral-link (t)
Freios: disco ventilado (d/t)
Tração: traseira
Dimensões: 4,789 m (c), 1,916 m (l), 1,382 m (a)
Entre-eixos: 2,720 m
Pneus: 255/40 R19 (d) e 275/40 R19 (t)
Porta-malas: 382 litros
Tanque: 60,5 litros
Peso: 1.783 kg
0-100 km/h: 4s3
Velocidade máxima: 250 km/h (limitada)
Consumo cidade: 5,9 km/l
Consumo estrada: 8,9 km/l
Emissão de CO²: 200 g/km
Nota do Inmetro: E
Classificação na categoria: A (Esportivo)
500 cavalos por aí
O Ford Mustang saltou na semana passada ao marco de 500 unidades emplacadas no Brasil, segundo dados oficiais, do Renavam. Lançado no Brasil com 50 anos de atraso, o modelo teve as entregas iniciadas oficialmente em março e levou pouco mais de três meses para chegar às cinco centenas. O volume inclui as unidades negociadas durante o período de pré-venda.
É líder absoluto do segmento de esportivos desde o lançamento, e entrou para o seleto clube dos dez carros de luxo mais vendidos do mercado brasileiro. Neste grid participam carros de marcas premium de diferentes categorias, com 141 unidades registradas em maio.
Quanto às cores, conforme a Ford, o preto Astúrias lidera as preferências com 27% do total, seguido pelo vermelho Arizona, com 20%. Em terceiro lugar vem o branco Ártico (o testado pelo O POVO no Ceará), com 19%, pouco à frente do cinza Moscou, com 15%. O laranja Daytona ficou com 6%, vindo na sequência as duas tonalidades de azul, Creta e Belize, com 5% e 4%, de modo respectivo.
"O volume de 500 unidades é bastante significativo, tendo em vista as características do próprio segmento e o momento de todo o mercado. É um marco que confirma o grande carisma do Mustang e o respeito que ele tem entre os consumidores brasileiros", disse em nota Mauricio Greco, diretor de Marketing da Ford. (Jocélio Leal)
Para saber
O Mustang é mesmo icônico. O logo da Ford não está na grade dianteira. O que reluz é o cavalo cromado. O mesmo no volante.
O quadro de instrumentos em tela LCD de 12" é configurável. Há 27 opções de cores de fundo para o painel. Em conta-giros e velocímetro, são três mostradores (em forma de relógios).