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Acionista e CEO da VCI, Samuel Sicchierolli, responsável por trazer ao Ceará a marca Hard Rock, fala sobre o empreendimento
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A fração imobiliária, sistema de cotas ainda novo por aqui, ganha fôlego no Ceará a partir do Complexo Hard Rock Hotel Fortaleza, previsto para ser inaugurado em soft open no primeiro semestre de 2021. O dono de uma das 402 unidades do empreendimento instalado na Praia da Lagoinha, no município de Paraipaba, terá a possibilidade de utilizar um imóvel mobiliado, por determinado período de tempo, aqui ou em qualquer uma das quase 200 cidades onde a marca está.

 

Samuel Sicchierolli, fundador, acionista e CEO da Venture Capital Investimentos (VCI), grupo responsável por trazer a bandeira internacional ao Brasil, explica os detalhes. Ele esteve no programa Mercado Imobiliário, da Rádio O POVO-CBN, com o jornalista Jocélio Leal.

 

O empreendimento possui 67% da parte civil concluída e oferece uma série de itens, como academia, SPA, rooftop bar, área kids, piscinas e serviço de quarto 24 horas. O preço varia de R$ 60 mil a R$ 300 mil, em média, para utilização durante duas semanas, segundo Samuel. Ao todo, são quatro tipos de unidades: quartos de 38m² ou 60m², apartamento de 110m², e as casas acima de 300m².

 

O POVO - Como funciona esse sistema de cota compartilhada do Hard Rock Hotel Fortaleza?

 

Samuel - É uma modalidade relativamente nova aqui no Brasil, apesar de na Europa e nos EUA ela ser bem consolidada. Fração imobiliária significa que você pode comprar com escritura um pedaço de um empreendimento, essa escritura é válida em cartório, você pode vender, doar, tem mercado secundário para isto etc. A vantagem disso em hotéis e resorts, no equipamento de praias, é que você consegue comprar a partir de duas semanas, então você tem duas, quatro, oito e assim sucessivamente até 52 semanas. Você compra a semana que você vai utilizar, é uma maneira inteligente de você adquirir um imóvel, que você só paga o que você está usando no imóvel, e você tem acesso ao equipamento cinco estrelas, é um equipamento completamente diferenciado do que tem no mercado. Você só paga na verdade proporcionalmente ao seu uso.

 

OP- O cliente vai comprar a fração, mas não necessariamente fica engessado.

 

Samuel - Isso, ele compra essa fração, ele pode colocar essa unidade dele no pool hoteleiro. A Hard Rock opera isso diretamente, ele pode usar nas semanas que ele adquiriu, ele pode fazer um intercâmbio com mais de quatro mil hotéis que existem, através de um sistema de intercâmbio internacional. Então, vamos imaginar, naquele ano, ele chega e fala: Ah, eu não quero ir ao Hard Rock Fortaleza, eu quero viajar para um outro lugar. Ele troca aquela semana dele por qualquer outra, são vários locais no mundo, são quatro mil hotéis no mundo que você tem como fazer um intercâmbio. Essas são as possibilidades que o comprador vai ter.

 

OP- Digamos que ele queira ficar sete dias no Hard Rock de Seattle, ele vai usufruir sem necessariamente pagar?

 

Samuel - Na verdade, ele entra em um site e troca os pontos dele na semana dele no Brasil por ponto em toda essa rede, não só Hard Rock, mas tem outros hotéis dentro dessa rede a VCI, que é a maior empresa de intercâmbio do mundo. Aí ele faz isso, é uma maneira inteligente porque a pessoa na verdade está comprando as férias dela pelo resto da vida, ela raramente vai pagar uma hospedagem, ela vai poder fazer essa troca, é um sistema inteligente de você adquirir um imóvel, pagando menos. Para te dar uma ideia de valor hoje, um quarto de aproximadamente 60 m², que é o apartamento intermediário, ele está hoje na faixa de R$ 60 mil, você consegue dividir isso em 60 parcelas, pode passar inclusive no seu cartão de crédito, sem usar o limite, você tem o crédito recorrente, todo mês é debitado aquilo. Se você for fazer a conta de quanto você gasta de estadia ou quanto você gastaria para alugar uma casa de praia, isso é uma maneira bem inteligente de fazer o negócio.

 

OP- A marca Hard Rock impõe um padrão, com assinatura?

 

Samuel - Isso, tem todo um nível de exigência. Na verdade, eles têm uma característica interessante, nenhum hotel é igual ao outro, mas todos têm um requerimento mínimo, que é bem acima. Vou te dar um exemplo: na parte da porta do hotel, se pegar fogo dentro do quarto, ela aguenta 45 minutos sem o fogo passar, uma porta que não existe no Brasil, você tem que importar isso. Tem toda a parte de automação, ar condicionado, a iluminação do hotel, a temperatura modifica com a posição do sol, uma série de detalhes tecnológicos aí que vão fazer a diferença para o hóspede, o cliente final.

 

OP- Qual o perfil do público?

 

Samuel - Eu acho que você tem uma característica bem interessante da marca, hoje eles não têm mais aquela questão, quer dizer, o tema é música. Todo o hotel é decorado com essas memorabilias, que são itens originais de música, e você acaba tendo um arranjo muito grande de pessoas na faixa etária é bastante eclética assim. Por exemplo, a minha filha tem 11 anos e ela adora ver as peças de roupa, não sei o que, há uma série de atividades para crianças pequenas, e aí você tem fãs aí de até mais idade. A gente tem compradores aí acima de 60 anos, que gostam de música e são fãs da marca, é um público bem eclético e tem uma aderência muito interessante, porque você não tem aquela segmentação clássica do hotel cinco estrelas ou do hotel três estrelas, é um negócio bem interessante, atrai vários tipos. Ele é cinco estrelas.

 

OP- O hub aéreo de Fortaleza teve alguma influência para a escolha do Estado?

 

Samuel - Talvez tivesse acontecido mesmo sem hub, mas foi muito importante porque essa questão de logística acaba sendo importante para um hotel internacional. Só para te dar um número, hoje 87% dos hotéis do Brasil não têm bandeira.

 

OP- Americano não fica em hotel que não seja americano.

 

Samuel - Não, é muito difícil. Essa pulverização só existe no Brasil, único País do mundo onde tem quase que 90% dos hotéis sem bandeira, com bandeiras familiares. De bandeira internacional no Brasil, tem 4% e hotel cinco estrelas no Brasil só tem 1%. A pessoa em sete horas está no destino, você vem dos EUA-Fortaleza em sete horas, da Europa a Fortaleza em seis horas, ou de Bogotá ou Buenos Aires em cinco, você estar com voo direto para várias localidades é um fator determinante para ter um sucesso no empreendimento. Hoje, para você ter uma ideia, 15% das unidades que a gente vendeu são para europeus, número bem acima da média de mercado. Esses europeus compraram aqui, mas a gente vai abrir agora em novembro dentro de todo o Hard Rock Café da Europa, são mais de 70 operações, vamos abrir venda dentro desses cafés na Europa, vai ter uma ação parecida com o que a gente vai fazer aqui, lógico, numa escala menor, mas aqui dentro do RioMar por exemplo a gente está montando dois apartamentos modelo, vai ter uma sala de venda, vai ser um estande de venda mais sofisticado.

 

OP- A cultura da fração ajuda a vender?

 

Samuel - Esse é um mercado que vem crescendo a dois dígitos no Brasil, saiu de (R$) 1 bilhão para (R$) 11 bilhões, se você pegar 2014 para 2018, teve um crescimento muito grande, está previsto aí (R$) 16 bilhões para esse mercado de fração imobiliária agora em 2018, mas com bandeira internacional a gente é o primeiro caso no Brasil, a gente se inspirou em operações da própria Hard Rock, que mexem com Ibiza e outras localidades que eles desenvolveram com bastante sucesso. Nordeste já está confirmado Natal e Recife, a gente deve ficar aí Fortaleza- Natal-Recife, devem ser as cidades escolhidas.

 

Números

 

178 mil m² É a área total do terreno do Hard Rock Hotel Fortaleza

 

FILA

O recrutamento de candidatos para o restaurante Hard Rock Cafe gerou fila enorme no shopping RioMar Fortaleza, na última semana. Nos dois dias da feira de empregos Job Fair, mais de cinco mil pessoas buscaram colocação em uma das 135 vagas abertas, diz Samuel Sicchierolli. Mais de 50% das pessoas não estavam desempregadas.

 

NEGÓCIOS

 

A VCI, fundada em 2012, fez a aquisição dos direitos do Hard Rock Hotel. No Brasil, há operação da marca nos estados: Ceará, Paraná, Goiás, São Paulo, Rio Grande do Norte e Pernambuco. São sete hotéis em desenvolvimento, sendo dois na Ilha do Sol (PA). "Cada uma dessas empresas são SPEs (sociedade de propósito específico), exclusivas para cada projeto, tem sócios diferentes em cada uma, duas das empresas do grupo são de capital aberto, abriram capital para fazer emissão de dívida etc. Aqui e, na Ilha do Sol, também é uma empresa de capital aberto", explica Samuel.

 

Veja vídeo

Confira entrevista completa em:https://bit.ly/2QshTpK

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