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O futuro é se adaptar
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O futuro é se adaptar

O diretor da J Simões Daniel Simões acredita que uma incorporadora que não está aberta a se adaptar ao novo consumidor, corre riscos
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Em um cenário em que o perfil das famílias está mudando e, em resposta, ao surgimento de tendências imobiliárias como o coliving, a J. Simões Engenharia lança uma nova linha de apartamentos compactos e conectados chamada J. Smart. O diretor da J.Simões Engenharia e diretor de marketing do Sindicato das Construtoras (Sinduscon/CE), Daniel Otoch Simões, destaca que o novo conceito é a ação da empresa nesse momento em que é preciso se adaptar. Ele foi o convidado do programa Mercado Imobiliário, da Rádio O POVO/CBN, da última segunda-feira.

Daniel ainda comenta se a metragem ainda é usada como um símbolo de status, como será o trabalho de comunicação da J. Smart e o porquê de empresas locais comandarem quase em totalidade os negócios imobiliários do Ceará.

OP - Como você lê o mercado do Ceará?
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Daniel - O mercado imobiliário evoluiu. E ele evoluiu de uma forma que transcendeu as próprias demandas do cliente. As gerações tendem a ficar cada vez mais curtas e as suas demandas ficando cada vez mais diferentes num curto prazo de tempo. Os ciclos estão ficando menores. E uma coisa que a gente precisa analisar de forma geral é como o mercado imobiliário evoluiu ou, na minha opinião, não evoluiu nos últimos 30, 40 anos. Se a gente for fazer uma análise, é que pouco mudou, por exemplo, um apartamento de 150 m² da década de 1970 para década de 1980, 1990, anos 2000. Até brinco que a maior inovação que a gente fez nesse tipo de apartamento talvez tenha sido uma varanda gourmet. Ou seja, a gente evoluiu basicamente criando novas plantas. Mas não a evolução mesmo, pensando na necessidade e na mudança comportamental, das famílias e o que elas vão querer ser para o futuro... A gente tem que pensar hoje, comprar o terreno hoje, desenvolver projeto, entregar amanhã, para ser ocupado daqui a muito tempo. A gente está pensando hoje realmente no amanhã.

OP - O que os mercados mais amadurecidos vislumbram desse consumidor do futuro?

Daniel
- Inovar no mercado brasileiro, principalmente no cearense, é um pouco difícil. A gente até brinca, para trazer um conceito americano, você tem que tropicalizar. Para trazer para o Ceará, tem que alencarizar. Não vem direto. Você tem que adaptar soluções que funcionaram fora, entender a demanda do seu cliente, entender a cultura e trazer aquilo de forma gradativa. Por exemplo, a J. Simões está lançando uma nova empresa, um novo conceito, vai ser chamado J. Smart. Por que uma nova linha, um novo produto, com uma nova marca se você já tem por nome a J. Simões? Porque entendemos que é um público completamente diferente do nosso.

OP - No que consiste nesse posicionamento da J Simões, a J Smart?

Daniel - A J Simões completa 33 anos esse ano. O público hoje está cada vez mais demandante por coisas novas. E o ciclo exponencial desse público é cada vez mais curto. As indústrias evoluiram numa velocidade muito grande e a construção civil não evoluiu, então qual a nossa resposta para isso? É tentar entender um novo comportamento das famílias. As famílias tendem a ficar cada vez menores, novos conceitos de família de forma geral, famílias de uma pessoa apenas, ou seja, você começa a não ter mais aquela estrutura. O mercado ele não evoluiu para esse tipo de "família". E são famílias. Vamos lançar nosso primeiro projeto na Vicente Leite e quase que em paralelo, o Zé Vilar, então vão ser sempre J Smart Vicente Leite, J Smart Zé Vilar, J Smart Caio Cid, J Smart Dionísio Torres, ou seja, sempre alusão ao produto, o cliente vai entender o conceito e sempre em alusão à rua. Todos os produtos vão se chamar J Smart, exatamente para que o público entenda que eles vão ter conceitos únicos. De compartilhamento, de coliving, de áreas comuns projetadas, compartilhar tudo aquilo que é ineficiente.

OP - As pessoas ainda compram um apartamento pensando na metragem como um símbolo de status?

Daniel - Com certeza. A J. Smart é uma empresa de cabeça aberta, até porque não existe nada mais quadrado do que pensar em metros quadrados. A ideia na verdade é que a gente busque o compartilhamento daquilo que é ineficiente. Então vamos pensar aqui um conceito daquela família que não precise de uma varanda com churrasqueira o tempo todo. A pergunta é: Se a gente fosse pensar num mapa de calor, qual a real necessidade daquele espaço? Se a gente tivesse um mapa de calor em um apartamento, quantas vezes no dia se utiliza uma sala de jantar? E outras áreas ineficientes. Qual a nossa ideia J. Smart? É pegar tudo aquilo que é ineficiente e compartilhar. Inicialmente os nosso projetos variam entre 30 e 50 m², de novo o processo de alencarização do projeto. Então a gente vai começar a compartilhar aquilo que é ineficiente. Então, vamos supor, um apartamento de 38 m² não cabe uma dependência de empregada, mas a gente vai ter uma lavanderia coletiva para funcionários. Um apartamento de 40 m² não cabe uma sala para você receber sua família no Natal ou na Copa do Mundo, mas a gente vai ter um sky lounge no roof top para receber. Um apartamento de 45 m² não vai dar para fazer uma varanda com churrasco toda vez que quiser, mas vai poder ter esse espaço compartilhado. Não vai dar para ter uma bicicleta dentro do apartamento, mas na área do empreendimento vai ter. A ideia também é ser o primeiro empreendimento totalmente pronto para Internet das Coisas. Já existe isso no mundo inteiro. E a Internet das Coisas a gente entende que ela é uma coisa literalmente para acontecer na velocidade que a internet aconteceu. Então, por exemplo, a J Smart teve seu primeiro empreendimento, um apartamento completamente integrado a um aplicativo. Acesso de visitantes totalmente integrado.

Portaria, totalmente eletrônica. Não vai ter o porteiro. O conceito é ter um público que tenha uma cabeça mais aberta.

OP - Quem faz os projetos J. Smart? Qual o escritório que está trabalhando com vocês?

Daniel - É o escritório da EXP, do meu amigo Gustavo Bruno. E o projeto da J. Smart tem um mérito muito grande porque começou de um terreno residual, de um empreendimento que a gente tinha.

Quando o projeto J. Smart surgiu, sempre tem aquela comparação com produtos que já existem no mercado. É um flat? Não. É um apartamento pequeno? Não. E o que é? E quando você começa a desenvolver o projeto, você precisa ter um profissional de arquitetura que entenda seu conceito. E aí está o mérito do escritório. A J. Smart, uma das maiores vantagens dele é ser realmente smart. Não é só slogan, propaganda. Ele é realmente um produto inteligente. Então, por exemplo, um apartamento de 38 m² é um excelente apartamento de 38 m², mas ele é um fantástico apartamento de 76 m², um melhor ainda de 114 m². Nossa ideia na verdade não é vender apartamentos pequenos. O que a gente está querendo vender não é um conceito de apartamentos pequenos, o que a gente quer vender é a modularização da sua vida.

OP - Como você vai trabalhar a comunicação disso?

Daniel - Isso é outro pulo do gato nosso. Porque isso é exatamente atrelado ao uso da marca J. Smart que a gente tem programado nos próximos seis a oito anos, que é o primeiro ciclo na verdade desses empreendimentos. Qual a nossa ideia? É ter pequenos empreendimentos na faixa de 1.200 a 1.500 m² de área de terreno, extremamente bem localizados, entre 60 e 100 apartamentos por empreendimento, mas que eu consiga girar e que eles tenham uma comunicação única. Qual é a nossa linha de raciocínio? Conversar com esse público exatamente aonde ele se relaciona com a marca.

Como ele vai ser um empreendimento pronto para Internet das Coisas, vai ser o primeiro empreendimento a ter um aplicativo integrado. Vamos ter um guia de serviços atrelados àquela região. Vai funcionar como market place para todos os serviços de primeira e segunda necessidade a serem oferecidos para aqueles moradores daquela micro ou macro região.

OP - Em que medida ela é uma tendência de fato ou ela é uma atitude isolada, um posicionamento isolado?

Daniel - Em São Paulo, isso já é uma tendência, existem várias empresas fazendo isso e de uma forma recorrente, não é de hoje. O ciclo de São Paulo já concluiu, você tem aí vários empreendimentos entregues. O Sinduscon fez recentemente inclusive uma visita técnica levando a secretária Águeda a conhecer, até porque com esses empreendimentos eles geram uma série de adaptações que a legislação ainda não se adaptou, como por exemplo a entrada A relação que a gente tem hoje com a Prefeitura é uma relação sadia porque a gente está aprendendo junto e a ideia é que a gente consiga adaptar o código da cidade, o plano diretor, a se adaptar a esses novos conceitos de moradia. Mas em relação a ser uma andorinha fazendo verão, meu sonho, como todo empresário, era fazer esse verão sozinho.

Conceito de Coliving  

 

O coliving, como é vendido nos EUA, na Europa, principalmente, tem o conceito de compartilhar basicamente tudo. O coliving é essencialmente um quarto de, vamos supor, 12 m², menor do que um flat

Compra e venda

 

O estoque de 2018 começou a ser comercializado em 2014. Quem não atrasou obra, está entregando obra lançada em 2014, quem atrasou obra está entregando obra de 2012, diria que 95% do mercado

O cliente que estiver esperando comprar apartamento mais barato do que hoje não vai conseguir. Porque se for lançar outro produto, ele vai ser pelo menos 18% mais caro.

Multimídia


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