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Jorge Rebelo de Almeida, presidente da rede de hotéis Vila Galé, prospecta resort no Preá
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O hub da Air France-KLM/Gol dá novo fôlego ao turismo do Ceará e tem tudo para decolar novos negócios no setor de hotelaria. Jorge Rebelo, presidente do grupo português Vila Galé, não tira os olhos daqui. Mesmo com a inauguração do próximo empreendimento na Praia de Touros, no Rio Grande Norte, ele estuda terrenos para novo hotel na Praia do Preá - vizinha de Jeri.
 

A rede acabou de reinaugurar a barraca de praia Vilá Galé Café na Praia do Futuro, além de ampliar com cerca de 90 apartamentos o Vila Galé Cumbuco. Para investir, o melhor é aproveitar a época de crise, quando os materiais ficam mais baratos e a mão de obra disponível, na avaliação de Rebelo. Em entrevista ao Mercado Imobiliário da rádio O POVO/CBN, ele falou sobre mercado, insegurança jurídica e as questões ambientais essenciais na hora de construir em paisagens naturais.

O POVO – Como o senhor avalia a operação do hub para revolucionar o turismo no Ceará?
 

Jorge Rebelo - Nós construímos o primeiro hotel do Brasil no Ceará, na praia do Futuro, que abriu em outubro de 2008, então temos alguns conhecimento nesse mercado. Eu acho que o Ceará, a sua grande aposta como um dos motores de desenvolvimento, não é o único, porque um país que só aposta no turismo não vai longe, porque um País para ser interessante até para os turistas precisa ter diversidade, precisa ser um país interessante, precisa ser um estado interessante. Primeira questão fundamental para ter turistas é ter transporte aéreo, porque ninguém vem da Europa a nado, também ninguém vai correr ou de bicicleta de outros lugares da América Latina e por isso o transporte aéreo é fundamental. O estado do Ceará tem um potencial tremendo para o turismo, tem todas as condições para dar certo. A aposta do atual secretário de Turismo tem sido certa, tem sido justamente resolver o problema do transporte aéreo, e eu acho que isso vai fazer uma revolução. Agora, nunca se resolvem os problemas de um país só com uma solução, tem que ser uma complementaridade isso aí. Ou seja, é necessário que apareça mais oferta hoteleira, é necessário que apareçam resorts e nós hoje temos uma possibilidade, neste nosso projeto no Cumbuco, quando fizemos o maior hotel do estado, que tem hoje 546 unidades de alojamentos/quartos, tem seis restaurantes, tem um grande centro de convenções, que é o padrão dos nossos resorts é sempre nesta linha, mais de 500 quartos, como temos em Guarajuba na Bahia, como temos aí em Angra, como temos no Cabo do Santo Agostinho, como temos agora em Touros que vai abrir no final de julho.

 

OP- Como senhor trabalha a imagem de segurança com quem está fora do País?


Rebelo - Insegurança é um problema que hoje é importante no Brasil, eu diria que é quase dramático, e que nós temos que saber gerir muito bem. Desde logo, uma primeira nota que eu gostaria de deixar é a seguinte: nós temos que ter muito cuidado na divulgação, quer interna, quer externa dos problemas de segurança. Porque muitas vezes todos nós sabemos que a realidade não é maravilhosa aqui, mas a imagem que passa posterior é muito pior do que a real, tanto que eu muitas vezes estou em Portugal, assisto rapidamente uma informação na televisão e a imagem que passa do Brasil é pior do que aquela que eu conheço. Não é que o problema não exista, o problema existe, nós sabemos que existe. Eu vou dar uma segunda nota que é que alguns países com graves problemas de segurança, como é o caso do México, como é que eles resolveram a situação? Resolveram setorialmente, por isso que quando criaram a Riviera Maya, em seguida Cancun, são zonas turísticas, são polos de desenvolvimento turístico. Ninguém consegue resolver o problema de segurança de um dia para o outro, por milagre, tem que ser um trabalho de perseverança, de insistência.

OP- Não se resolve sem políticas sociais?
 

Rebelo - Ninguém vai resolver, eu vou lhe dizer da minha experiência de vida que já é alguma, ninguém vai resolver os problemas da segurança na porrada. O trabalho de resolver o problema de insegurança, resolve-se com uma política social muito cuidadosa, resolvendo o problema do emprego, que há muita gente que diz que malandro não quer trabalhar, não é verdade. Nós temos aberto vagas para formação pessoal, nós fazemos sempre capacitação, parceria com o Governo do Estado e com a Prefeitura, apareceram 1.200 pessoas a procura de emprego. Para 400 vagas, apareceram 1.200 pessoas, três para cada vaga. É preciso criar condições para poder viver e assim, tem o emprego e outra coisa muito importante, que é habitação, que é saúde, que é escola, são coisas importantes, que a gente quer resolver.

OP- Em que pé está o projeto do VG Sun hoje e qual a possibilidade de operar essas unidades que estão prontas, por exemplo, com Airbnb, com alguma solução tecnológica?
 

Rebelo - Este nosso projeto que eu continuo muito orgulhoso, porque acho que foi um projeto imobiliário com pés bem assentes na terra, está muito bonito, muito conservado, mantido, vendeu 189 apartamentos, num total de 354. Os restantes estamos à espera de encontrar uma solução, ou na multipropriedade ou no arrendamento, no Airbnb. Por que de fato, o mercado de segunda residência, apesar do produto ser sensacional, na maior parte as pessoas que compraram até superaram a expectativa, porque o produto é bom de fato. Pé na areia, com espaço verde, eu diria que é o primeiro projeto imobiliário aqui do Ceará em que a densidade de ocupação da terra é muitíssimo baixa, menos da metade do que aquilo que seria produtivo pela lei de uso e ocupação do solo e nós fizemos ali justamente, está do lado do nosso hotel Vila Galé Cumbuco, que eu penso que é hoje um êxito aqui na cidade, no Brasil e internacionalmente. Poderíamos avançar com mais apesar de isto não estar totalmente vendido, nós também temos ocupado alguns apartamentos em termos hoteleiros, e podemos alargar isto em projetos que não tiveram êxito de venda porque voltando um pouco atrás, como um mercado de segunda residência é tão pouco acessível, as pessoas priorizam obviamente a primeira residência. Os primeiros compradores foram do Ceará, onde nós também temos uma relação muito especial de afetividade com muita gente. A procura de brasileiros hoje em Portugal é tremenda, nos primeiros cinco meses deste ano, a informação que eu tenho é que houve 96 mil pedidos da residência de brasileiros em Portugal.

OP-Como está a prospecção do senhor na Praia do Preá?
 

Rebelo - Aquela região dispõe hoje de uma infraestrutura invejável, que é um aeroporto lindíssimo, com projeto muito bem integrado na paisagem envolvente. Esta infraestrutura valorizou muito aquela região, a oferta de Jeri é muito interessante, lembra o aeroporto da República Dominicana, embora para melhor, porque está mais bem equipado. Eu acho que Jeri não tem mais espaço para crescer, porque tem um conjunto muito específico de pousadas, é um padrão da oferta que tem muita procura não só nacional, mas internacional e que se deve manter assim, não tem espaço para lotar. Jeri não tem (espaço) para se fazer projetos de grande dimensão, agora, para viabilizar aquele aeroporto é importante que apareçam resorts como Vila Galé Cumbuco, que possa ter espaço para criar ali, uma área grande, um projeto bem integrado, com uma oferta que é grande internacionalmente e nacionalmente. Nós vimos várias áreas e vamos avaliar, sobretudo em termos ambientais. Eu deixo aqui uma alerta para as entidades, pareceu muita construção clandestina, é preciso impedir porque só vai destruir, temos o Preá, estamos a falar do Barrinha que é um lugar que eu também achei extremamente charmoso e também com potencial.

OP- Será um empreendimento de frente para o mar, como a maior dos Vila Galé?
 

Rebelo- A maior parte das áreas que nós vimos não é possível, assim, na minha primeira avaliação, sem o estudo, digo já que não é possível, porque ninguém tem coragem de destruir Dunas, ali tem um conjunto de Dunas. Há obviamente uma restrição legal, mas mesmo que não houvesse restrição legal, eu acho que qualquer pessoa que está nesta atividade hoteleira a sério, atividade hoteleira não é uma atividade para fazer e ir embora. Os hotéis que a gente já fez no Brasil tivemos investimento superior a R$700, R$ 800 milhões, hoje não se levam, são daqui e vão ficar aqui e por isso nós temos que ter responsabilidade ambiental. A sensibilidade das crianças para as questões ambientais é muito grande, são hoje as crianças que chamam atenção para este problema.  

 

VOO NO PREÁ
 

Jorge Rebelo sobrevoou a Praia do Preá um dia antes da gravação do programa Mercado Imobiliário. Ele esteve com o secretário de Governo, Arialdo Pinho, de quem espera apoio na formulação de um plano diretor para a região.  

 

PRÓXIMAS ABERTURAS EM PORTUGAL
 

1. Vila Galé Collection Braga (renovação do antigo hospital de S. Marcos);
 

2. Vila Galé Elvas, no Alentejo;
 

3. Vila Galé Serra da Estrela, em Manteigas.
€ 173 milhões de euros foi o faturamento do grupo Vila Galé em 2017  

 

22 É o número de unidades do Vila Galé em Portugal
 

8 É o número de unidades do Vila Galé no Brasil - Angra dos Reis/RJ, Rio de Janeiro/RJ, Cumbuco/CE, Fortaleza/CE, Guarajuba/BA, Salvador/BA, Cabo do Santo Agostinho/PE e Praia de Touros (RN)   

 

Integração
 

Quem compra unidade do VG Sun possui cartão de desconto para qualquer um dos 30 hotéis Vila Galé no Brasil e em Portugal. O SPA com 18 salas de massagem é aberto ao público, de acordo com Rebelo, assim como os restaurantes do Vila Galé Praia do Futuro. “Nossa comida faz homenagem à gastronomia riquíssima do Brasil, faz homenagem à cultura, à música, ao artesanato. Eu mesmo quando abri esse hotel na Praia do futuro, eu próprio em um fim de semana fui comprar uma quantidade de artesanato no Cariri e que hoje é possível ver no nosso hotel”. 

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