Logo O POVO+
Mais harmonia no condomínio
Pop-Imoveis-E-Construcao

Mais harmonia no condomínio

Wilson Braga e Lilian Alves, ambos do Secovi-CE, falam sobre os desafios da vida em apartamentos
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
NULL (Foto: )
Foto: NULL

[FOTO1]

 

Com a tarefa de auxiliar os síndicos e defender os interesses das administradoras e empresas de imóveis, o Sindicato da Habitação do Ceará (Secovi-CE) aposta em seminários. A oferta de serviços aumenta para se ter um número cada vez maior de associados. Morar em condomínio ainda vale a pena, na opinião do vice-presidente de Condomínios, Wilson Braga. Acompanhado da vice-presidente de Comunicação e Eventos, Lilian Alves, ele traça estratégias para tornar as taxas mais baratas.
 

Se administrar o condomínio é um desafio dos síndicos, os representantes do Secovi-CE propõem um trajeto mais fácil para o dia a dia, em entrevista a Jocélio Leal no programa Mercado Imobiliário, da Rádio O POVO/CBN. Sem esquecer a segurança, a previsão de Lilian e de Wilson é viabilizar as zonas protegidas até pelo menos o segundo semestre. O projeto alia tecnologia e comunicação entre condomínios para o relato de eventuais riscos no espaço público.

O POVO: Quais são as principais dicas para baratear o valor do condomínio?
 

Wilson Braga: Uma das dicas é você desagregar da taxa condominial a taxa de gás e da água, está certo. Então, é fundamental para hoje estar barateando a conta, ou seja a taxa.
Lilian Alves: Outra questão, combater a inadimplência, que já existem soluções no mercado para isso, então você não tendo inadimplência no condomínio, você consegue manter uma taxa bacana. Você tem muita inadimplência, aquela inadimplência vai ter que ser suprida pela taxa de condomínio, você acaba aumentando também.

OP:
E quais as estratégias para combater essa inadimplência?


Lilian Alves: Existem os protestos, existem as empresas que administram condomínios que fazem as cobranças, existem empresas que garantem a taxa de condomínio, já bem consolidadas aqui no mercado de Fortaleza. A única coisa que eu falo que não é para ser feito é o síndico ir cobrar, porque ele vai criar inimizade. Então é bom que ele terceirize essa cobrança. Não sai o custo para o condomínio, sai para o condômino inadimplente, ele vai ter que pagar honorários, vai ter que pagar os custos desse a mais para o condomínio. Quem paga realmente é o inadimplente. 


Wilson: Muitas vezes, esse custo está embutido dentro da sua taxa de administração, quando você contrata uma administradora, ela já está incluindo esse serviço de cobrança aos condôminos, que nunca deve passar de 5%. A taxa de inadimplência passou de 5%, já é um sinalizador negativo. Até 5% é tolerável, não é aceitável.

OP: O que influencia a taxa?
 

Lilian: Depende muito da quantidade de apartamentos que têm o condomínio, isso é fundamental. Tanto que hoje, uma das formas de baratear a taxa de condomínio é a quantidade de apartamentos, as construtoras hoje optam por construir em grande quantidade, que aí a taxa fica menor. Geralmente, os antigos têm menos apartamentos, por isso que as taxas são maiores. Quanto mais você ratear, menor fica.
 

Wilson: Todo condomínio tem no mínimo quatro porteiros e um zelador, que tenha nove unidade, como 80 (de forma legal).

OP: Ficou caro morar
em condomínio?
 

Wilson Braga: Não concordo com essa tese, morar em condomínio sempre foi mais em conta, até porque você tem uma segurança compartilhada, tudo que você vai fazer é compartilhado.

OP: Segurança é o que hoje mais pesa na conta do condomínio ou ainda não?
 

Wilson: Não, hoje podemos dizer que a portaria que faz a nossa segurança, em tese, é o que mais pesa na despesa do condomínio. A gente está procurando melhorar, diminuir os custos, mas, eu ainda acredito que morar em condomínio, tanto é seguro, como também não fica tão caro como você morar em casa. Você morando em casa tem que bancar tudo, da segurança à pintura, e você morando em condomínio, ele consegue dissolver essa despesa de acordo com a quantidade de unidades. Porque o teu condomínio depende da quantidade de unidades que tem, porém, o nosso propósito é sempre alcançar minimizar esses custos para todos os condôminos.

OP: Uma tendência que vem sendo observada para reduzir custos é não ter o porteiro e trabalhar com a portaria eletrônica. O discurso das empresas de segurança eletrônica é que vale muito a pena e que o custo cai muito, você concorda?
 

Wilson: Concordo, a portaria virtual veio para diminuir custos, e isso acarreta em média 50% a 70% a redução da taxa de condomínio. É muito vantajoso, porque hoje em dia a portaria representa em torno de 50%, a mão de obra em si, representa 50% da taxa condominial. Então, na hora que você tira parte dessa mão de obra, a taxa de condomínio cai assustadoramente. Cai muito, agora, porém, nós ainda não temos empresas que trabalhem com mais de 60, 80 unidades. Ainda estão se aprimorando, por isso, a dificuldade de trabalhar com os condomínios com muitas unidades.
 

Lilian: O ideal é que realmente sejam condomínios com menos unidades, até 50 mais ou menos.

OP: Os nossos síndicos são muito empíricos ainda ou por si só estão se qualificando, ou ainda, as pessoas estão cada vez mais abrindo mão de ser síndicas e contratando um síndico profissional?
 

Lilian: Essa questão da sindicância profissional vem aumentando muito aqui em Fortaleza, mas nós temos muitos síndicos que realmente não são profissionais e que fazem sua gestão empiricamente, no sentimento. O Secovi busca atuar muito positivamente junto ao síndico, a gente está lá diariamente à disposição dos síndicos que são associados ao Secovi. Inclusive, nessa parte de conflitos, de mediação, nós temos a câmara arbitral que pode ajudar muito o síndico. De o síndico não se envolver tanto porque ele é seu vizinho.
 

OP: É comum o síndico se sentir dono do prédio?
 

Lilian: Às vezes sim, mas isso é um erro muito grande, porque síndico não é dono de prédio. Eu costumo dizer que o síndico é o gestor, ele traz as soluções para serem postas em assembleia, quem define é a comunidade como um todo. Os síndicos fazem cumprir a convenção e o regimento interno. Aí quando eles realmente se propõem a isso, a fazer cumprir, os moradores acham que o síndico quer mandar e não é isso. Ele está realmente fazendo o que tem que ser feito, fazer cumprir o regimento interno e a convenção.

OP: O que significa essa zona protegida?
 

Lilian: A zona protegida é algo que o Secovi vai estar lançando. A gente vai ter formas de usar a tecnologia através de câmeras integradas nos condomínios possibilitando que os condôminos possam estar interagindo e quanto mais divulgar, quanto mais se comunicar, melhor a segurança, então é por aí que vai a zona protegida, algo bem tecnológico mesmo. O Reino Unido (foi a inspiração), nos EUA também já existe esse tipo de vizinhança colaborativa e é esse modelo que a gente está trazendo para o Ceará e vamos expandir a nível nacional também.

OP: Quais tipos de tecnologia serão utilizados?
 

Lilian: Já é concreto que a gente vai fazer o zona protegida, o Secovi já vem com essa vivência há muitos anos atrás. Agora, com a tecnologia, nós retomamos essa questão de estar compartilhando com as outras, as portarias dos condomínios de forma tecnológica à comunicação e aí poder disseminar e não trazer o ladrão para dentro. Ou seja, a portaria, que está acontecendo alguma coisa, aquele porteiro verificou, ele vai conseguir se comunicar com outro porteiro através de aplicativo, está entendendo. Não é uma coisinha pequena, vai envolver a Secretaria de Segurança Pública, algo bem maior, por isso não posso dar tanto detalhe ainda.   

 

VIDA DE CONDOMÍNIO
 

Secovi-CE realizou na última terça-feira, 17, o seminário Vida de Condomínio sobre economia, benefícios e segurança condominial.  

 

SÍNDICOS
 

Na maioria dos condomínios, o síndico é isento da taxa condominial; há também aqueles em que o síndico possui pró-labore no valor de um salário mínimo. Isso varia de acordo com a convenção do condomínio.  

 

Números

 

6.500 é o número de condomínios em Fortaleza.
 

10% do total são associados ao Secovi-CE.
 

200 é a média de condomínios na capital com sistema de portaria virtual.  

 

O síndico deve fazer cumprir a convenção do condomínio e, como qualquer outro profissional, não pode ficar à disposição dos demais condôminos 24 horas por dia. “É muito interessante que esse síndico tenha uma pessoa para lhe auxiliar no dia a dia, o próprio porteiro, nunca necessariamente (24 horas). Porque, já pensou, ele viraria um síndico profissional e ia deixar seu emprego para tomar conta do condomínio, enquanto a intenção não é essa, a intenção é que o condomínio tenha um representante para que trate do dia a dia do condomínio”, aponta Wilson. 

 

MULTIMÍDIA


Confira o programa Mercado Imobiliário na íntegra em https://bit.ly/2vp3Trn

O que você achou desse conteúdo?