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Esse amor incondicional pelo animalzinho e a vontade de tê-lo sempre por perto tem motivado vários estabelecimentos a adaptarem os espaços para os amiguinhos de quatro patas. A Benévolo Café e Gelato, por exemplo, oferece, desde 2017, gelatos especialmente desenvolvidos para os pets. Nos sabores banana, melancia e manga, não apresentam adição de açúcar ou leite.

"Entendemos que o pet é considerado um membro da família pela maioria das pessoas, então poder ter um momento com ele nessa hora levaria ao cliente a satisfação que buscávamos. O Gelato PET foi pensado para isso, um prazer que ele proporciona para quem ele ama. Todos até aqui só nos dão apoio pela iniciativa", explica Jefferson Deywis , colaborador da Benévolo. Apesar dos cachorros serem os mais adeptos do gelato, Jefferson garante que o produto não tem contraindicação para outros pets.

Diariamente, as três lojas da marca são frequentadas pelos cachorrinhos. A partir de regras de convivência como manter o animal na guia, verificar se pessoas de mesas próximas não se incomodam com o bichinho e evitar agitação e latidos constantes, uma harmonia com os demais clientes é estabelecida. É possível, até, reservar o espaço para realizar uma festa especial para o pet. Atualmente, a empresa estuda a produção de biscoitos e outros produtos para os bichinhos.

O remodelamento de negócios com espaços pet friendly para agradarem aos clientes e seus bichinhos de estimação levantou um grande questionamento para a prática: como controlar e adequar a convivência do pet ao espaço social? Assim, o adestramento animal, inicialmente voltado para a percepção utilitária do bicho, rapidamente precisou mudar o foco dos métodos utilizados.

Olivier Soulier começou na área em 1976, como hobby, na França, e já atua profissionalmente há 25 anos no Brasil. Proprietário do Espaço Canino Olivier Soulier (EAOS), ele explica que os animais passaram a ser criados com excessos de mimos e escassez de limites, regras de convívio e ensinamentos para lidarem com frustrações.

"As dificuldades, sempre maiores, encontradas na convivência de proximidade e o crescimento exponencial do mercado pet impulsionaram consequentes investimentos nessas novas áreas do comportamento e do condicionamento dos animais domésticos, até então pouco consideradas", explica Olivier.

Assim, tornou-se necessário um aprofundamento do conhecimento dos comportamentos de animais domésticos e dos tutores, já que os proprietários precisam participar ativamente do processo de treinamentos e aplicar as técnicas ensinadas nas aulas. A partir desse novo contexto, Olivier revela que outro segmento ganhou força, já que os animais continuavam carentes de atividades ocupacionais e de socialização constantes.

"Passamos a ensinar novas rotinas de manejo diário dos animais no objetivo não somente de facilitar a aprendizagem de bons modos, mas também de enriquecer o dia a dia dos bichinhos. Isso que gerou e continua desenvolvendo o aparecimento de novos segmentos do mercado pet, com brinquedos ocupacionais e cognitivos sempre mais sofisticados, atividades de treinamentos recreativos e, mais recentemente, as creches ou daycares caninos", destaca Olivier.

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