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Ceará se consolida como bom mercado para competições on-line e locais
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Caio Girão, 22, é jogador profissional de E-Sport (Foto: ALEX GOMES)
Foto: ALEX GOMES Caio Girão, 22, é jogador profissional de E-Sport

Foi-se o tempo que jogos eletrônicos serviam apenas para diversão. É claro que a grande maioria dos usuários joga apenas para descontrair, interagir com os amigos e se divertir de modo geral. Mas há uma parcela de jovens que levam isso muito a sério, e alguns chegam até a fazer disso a sua profissão.

O mercado do e-Sports, termo usado para designar a categoria de esportes eletrônicos, que engloba jogos de computadores e consoles, vai faturar este ano mais de 1 bilhão de dólares, segundo dados da Newzoo. Deste valor,  456,7 milhões de dólares virão de patrocínios, 251,3 milhões de dólares de direitos de transmissão, 189,2 milhões de dólares de publicidade e o restante  de produtos, ingressos e taxas das desenvolvedoras dos jogos.

Ainda segundo a Newzoo, agência global de marketing especializada na modalidade, o e-Sports deve crescer 15% em 2019 e atingir mais de 450 milhões de pessoas em todo o mundo. A empresa ainda aponta a multiplicação de campeonatos e o crescimento do número de torneios realizados em estádios de futebol. No Brasil, o cenário acompanha o crescimento do resto do mundo, e estádios como o Maracanãzinho, Mineirinho e Allianz Parque já foram palco de decisões do CBLOL, organização que gerencia os campeonatos de League of Legends no Brasil. Inclusive, a final do 2º split do CBLOL deste ano será na Arena Jeunesse, no Rio de Janeiro.

Após muitos anos jogando apenas por diversão, desde 2005, Caio Girão, também conhecido na comunidade dos games como "PAIB0LA" e jogador profissional de PUBG em 2018 percebeu que poderia ganhar dinheiro com isso. "Eu tinha um time de PUBG em que jogava eu, um amigo, meu primo e um cara que conhecemos na internet. Nessa época estava rolando muitos campeonatos em que rolava dinheiro e começamos a colocar algumas prioridades, como participar mais deles, levar treino a sério e mudar a rotina". Para quem não conhece o PUBG, o jogo traz o conceito de um Battle Royale, onde diversas pessoas entram num campo de batalha, desarmadas e sem mantimentos, e terão de buscar itens e armas para batalhar em um cenário onde apenas um será o vencedor.

Caio atualmente é "Free Agent", ou seja, não joga em nenhum time fixo. Quando precisa competir por alguma organização, é feito um contrato entre a marca e o jogador, levando em consideração, entre outras questões, os direitos de imagem. "Já atuei também pela BootKamp Gaming, onde a gente ganhava um auxílio. Essa foi a primeira etapa, e antes eu já ganhei dinheiro em campeonato também. A PGI foi o campeonato que nos trouxe mais lucro, pois foi um qualificatório para Berlim, onde o nosso time atingiu o terceiro lugar e levou o prêmio de quatro mil dólares", diz o jogador. Nessa competição, a premiação total foi de 30 mil dólares. A medida que se joga e ganha os campeonatos, além do dinheiro, a imagem do jogador também cresce no mercado e também vira uma fonte de arrecadação de dinheiro.

Por ser "Free Agent", Caio não tem uma rotina mais tranquila do que a de outros jogadores que moram em uma "Gaming House", por exemplo. Times profissionais do Sul/Sudeste já possuem tal estrutura para concentrar todo o treinamento, mas enquanto essa realidade ainda não chega ao Ceará, Caio começa os seus treinos às 13 horas, já que de 7h30min às 11h o rapaz estuda Administração na Unifametro. As partidas vão de 13h até 1h, com uma pausa para um lanche às 18h.

GoGamers

www.gogamers.pro

Instagram: @gogamersoficial

Arena Game N' Beer

Instagram: @arenagnb

Rua Eduardo Garcia, 637 - Aldeota

Eventos

Arena Game: 7 de julho - Classificatória presencial no Arena de Mortal Kombat e Smash Bros. Finais a serem realizadas no Sana dias 12, 13 e 14 de julho.

As inscrições terminam dia 5 e são feitas pelo link gogamers.pro/sana19.

GoGamers: De 1 a 7 de julho, etapas online de CSGO e LOL. Podem ser assistidos no Arena ou no YouTube da GoGamers. Semifinais e final no Sana.

Quem apoia!

Empresas semelhantes ao ramo de games vêm observando o crescimento do cenário e tentam colaborar da melhor maneira. O Arena Game N' Beer tem em seu restaurante, além de uma decoração temática, computadores profissionais que incentivam a prática do esporte e a revelação de novos jogadores, além de no futuro entrarem como patrocínio de times. "Resolvemos abrir um restaurante nesse segmento gamer pois aqui não tinha nada. Temos o interesse de patrocinar alguma equipe de treinamento, quem sabe até uma equipe local. Isso traria movimento pra casa e levaria o nome Arena para fora", explica Cláudio Vasconcelos, sócio do Arena Game N' Beer. O Arena também participa como apoiadora do Sana em parceria com a GoGamers. As partidas podem ser vistas on-line ou no próprio Arena.

Campeonatos como parte do mercado

Os campeonatos fazem a conexão do público com os times e jogadores profissionais. Além de incentivarem a cena, eles geram audiência, competitividade, publicidade e renda para os jogadores, mesmo se realizados presencialmente ou on-line. Em Fortaleza, a GoGamers é uma empresa que atua também na criação de demanda para o mercado de games, tanto para a competição quanto para entretenimento.

"Comecei fazendo pequenos eventos, onde chamava a galera para se reunir e jogar. Cobrava uma taxa para ajudar nos custos. As pessoas foram gostando e me pediram para fazer mais, aí formalizamos a empresa. Nosso foco hoje é promover competições, algo que contribui na revelação de jogadores profissionais. Também temos alguns eventos de entretenimento, como as Lan Partys e transmissões ao vivo de partidas do e-Sports", explica Pedro Carvalho, empresário e sócio da GoGamers.

A empresa já realizou competições no RioMar e está em julho realizando as semifinais de seu novo campeonato no Sana Fest 2019.

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