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Próteses de Membros Superiores
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Próteses de Membros Superiores

Um dos grandes desafios encontrados hoje na área de próteses é a comunicação entre os sinais
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Tipo Notícia

A prótese ortopédica, que inicialmente foi concebida para fins estéticos, ao longo do tempo foi ganhando mais e mais funcionalidade com o avanço da tecnologia, tornando-se uma ferramenta muito útil para pessoas que possuem membros amputados e ou com doenças congênitas relacionadas à má formação de membros. Nesse sentido, a prótese influencia positivamente na qualidade de vida de seus usuários.

O que pode ser a prótese mais antiga do mundo, foi encontrada no pé da múmia de uma mulher egípcia de 3.000 anos. Era a prótese de um dedo feita de madeira e servia apenas para fins estéticos. Ainda hoje existem próteses para esses mesmos fins, mas com a inserção de tecnologias a esse aparato, têm recebido melhorias no design, controle e feedback sensorial, no caso de mãos protéticas, para atender as necessidades dos usuários.

Embora as próteses apresentem uma possibilidade de ajuda empolgante para os amputados, ainda existem dificuldades impostas a esta ferramenta, tanto pelo desenvolvimento tecnológico quanto pelos próprios usuários. Algumas próteses precisam de treinamento longo para utilização, além de alto grau de rejeição devido às limitações que essa tecnologia ainda possui. Enquanto outras precisam ser implantadas cirurgicamente, o que também gera receio aos usuários devido ao risco inerente ao procedimento cirúrgico. Contudo, o índice de aceitação das próteses tende a aumentar à medida que elas se assemelham cada vez mais a uma parte do corpo humano.

Um dos grandes desafios encontrados hoje na área de próteses é a comunicação entre os sinais enviados do cérebro para o membro e os sinais enviados de volta para o cérebro provenientes do tato. Essa comunicação gera informações de extrema importância nas duas vias, como comandos precisos de quais músculos devem ser utilizados ou, ainda, sensação de pressão e dor. Sem esse feedback o usuário não consegue controlar a prótese sem precisar ver exatamente o que está fazendo, perdendo, assim, a capacidade de controlar de maneira eficaz a força aplicada ou a velocidade realizada em um movimento.

As próteses podem ser caracterizadas quanto ao seu funcionamento de duas formas: passivas e ativas. As próteses passivas podem ser subdivididas em estéticas e funcionais. As próteses passivas dos membros superiores, mesmo que projetadas para fins estéticos, acabam por servir de auxílio para o membro saudável nas tarefas que precisem de duas mãos, enquanto as próteses passivas projetadas para serem funcionais possuem uma parte destinada à realização de uma tarefa específica, como um suporte para talheres, escovas de dente ou um suporte universal, onde o usuário pode encaixar utensílios diversos. As próteses ativas, por sua vez, podem ser controladas mecanicamente pelo corpo do indivíduo (Ativação Corpo ral), como o caso de uma prótese que precisa ser flexionada para que um cabo puxe e abra a mão, possibilitando o usuário agarrar objetos, ou por ativação elétrica, como uma bateria por exemplo, que aciona os motores que, por sua vez, fazem o trabalho mecânico.

A interface homem-máquina nas próteses ainda está longe da perfeição, mas já foram feitos avanços consideráveis em comparação com as primeiras pesquisas. Onde se apresentava uma mão de madeira com finalidade apenas estética, agora se tem acesso a uma prótese de mão capaz de realizar movimentos controlados diretamente pelo usuário de forma intuitiva e enviar sensações fisiológicas de volta, imitando o loop que a mão real possuía e melhorando o controle da nova. À medida que as tecnologias envolvidas evoluem, a qualidade de vida dos amputados, de pessoas com doenças congênitas de má formação dos membros, e até de tetraplégicos melhora proporcionalmente.

José Deusimar Ribeiro Neto

Auzuir Ripardo de Alexandria

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE

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