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Profissionais optam pelo home office para ganhar mais tempo livre, liberdade de horário e complemento de renda
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Fortaleza, CE, Brasil, 15-05-2019: Thatiane Alencar apresenta seu Home Office para o caderno de empregos do jornal O POVO. (Foto: Mateus Dantas / O POVO) (Foto: Mateus Dantas)
Foto: Mateus Dantas Fortaleza, CE, Brasil, 15-05-2019: Thatiane Alencar apresenta seu Home Office para o caderno de empregos do jornal O POVO. (Foto: Mateus Dantas / O POVO)

O que acontece quando o local de trabalho se torna a própria casa? Não é todo profissional que se sente confortável com a carga horária de empresas tradicionais e, com isso, a opção do home office vem sendo recomendada para quem não gosta de se prender a horários. A flexibilidade de horário, liberdade de escolha do que tratar primeiro, manter-se no seu ritmo de trabalho, escolher como atender demandas e estar à vontade enquanto produz são alguns dos benefícios de se trabalhar em casa. Mas nem tudo são flores, mesmo com benefícios que te trarão mais liberdade, a disciplina de saber separar as coisas é fundamental. "É preciso ter um espaço dedicado para o trabalho. Você não pode trabalhar no sofá, por exemplo, se não você acaba se distraindo, algo que é muito fácil quando se está em casa. Eu montei o meu próprio espaço de trabalho, onde dedico toda a minha atenção. Quando saio deste espaço e fecho a porta, para mim o expediente acabou. É preciso haver essa separação", conta Thatiane Alencar, publicitária e especialista em marketing digital.

Não se sentindo confortável em trabalhar dentro do horário e no formato de empresa tradicional, Thatiane optou por largar o seu emprego anterior como social media e planejamento estratégico de conteúdo, para focar apenas em marketing digital em home office. A decisão no começo foi difícil, mas conta que tudo é uma questão de costume. "No início você tem o modelo do horário tradicional na cabeça. Eu sofri bastante porque ainda estava me descobrindo, e acabei trabalhando muito mais do que uma demanda tradicional. Também tive muito medo de não conseguir ganhar o suficiente para manter a casa. A verdade é que nunca nos sentimos preparados para este tipo de opção, mas eu sabia que ia me sentir melhor", diz.

O home office, muito comum entre profissionais do ramo da comunicação, torna-se uma boa alternativa para aqueles que precisam completar a renda do mês, ou também para quem acredita que sempre pode ganhar mais. Quem opta por trabalhar de casa geralmente presta serviços para alguém, e isso não precisa se dar de uma maneira informal. Quando optou pelo home office, Thatiane fez um cadastro de Microempreendedor Individual (MEI), uma forma de oficializar o seu trabalho. O profissional que é MEI pode emitir nota fiscal, pagar imposto, INSS e tem alguns outros benefícios.

Hoje, a publicitária presta serviços para uma empresa que também adere ao formato de home office. Todos os outros funcionários são de cidades diferentes e fazem suas obrigações de casa. "O contato é todo por e-mail e às vezes nos reunimos pelo Skype para decidir as coisas da empresa", revela Thatiane. A publicitária já vinha pensando em trabalhar por conta própria há uns dois anos, mas somente agora tomou a decisão.

Já Ihasmin Oliveira não se vê focando apenas no home office, mesmo que também exerça este modelo. A jovem designer encara a atividade como um complemento de renda. "A rotina é intensa e no começo eu não me sentia preparada, mas é só começar a pagar as coisas e o dinheiro sobrar, que você começa a pegar gosto. Gosto muito da minha rotina de agência e a segurança da CLT. Nunca me imaginaria empreendendo 100% nisso", comenta a diretora de arte.

Além do home office

O home office nem sempre supre todas as necessidades do profissional autônomo. Haverá momentos em que será necessário ter um local físico para algum tipo de reunião ou pequeno evento. Hoje já é possível recorrer a serviços que foram feitos para atender a estas carências.

Uma plataforma de São Paulo, a InSpace, teve a ideia de alugar salas de aula de universidades para profissionais com este perfil mais livre. Através do site, a pessoa reserva uma sala de aula que esteja ociosa em algum turno. "Na sala, a pessoa pode fazer reuniões, cursos, workshops, treinamentos e qualquer outro tipo de atividades que peça um local mais adequado para a realização", comenta Roberto Miozzo, fundador da InSpace. As salas - todas em universidades - são alugadas em diárias, que vão de 9 horas às 17h, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, o horário é de 8 horas às 12h.

A empresa possui atuação em todo o Brasil e recentemente chegou a Fortaleza. As salas alugadas possuem equipamento audiovisual, quadros, cadeiras, ventiladores e ar-condicionado, segurança e limpeza após o uso. É possível encontrar salas a partir de R$ 370 (diária), valor que varia de acordo com a localização e quantidade de pessoas. Tanto pessoas físicas como empresas também têm a chance de alugar uma sala de aula "desocupada" por algumas horas. "É para todos! É uma das mais baratas locações comerciais temporárias, assim como também todos os pedidos de locação passam por uma criteriosa avaliação", completa Roberto.

Em Fortaleza, a InSpace disponibiliza salas no Benfica.

Estrutura

Empresas tradicionais geralmente oferecem equipamentos que atendem necessidades básicas do profissional. Computadores, internet, mesa, cadeira, climatização, espaço para reuniões, contato rápido com outros profissionais, estacionamento e segurança são alguns dos itens oferecidos. O home office pode não possuir tudo isso, mas a vantagem vem na personalização do seu espaço, como uma cadeira melhor ou até um computador mais potente. "Meu espaço agora está bem maravilhoso. Falta apenas uma placa de vídeo melhor, mas tenho orgulho de falar que ele foi construído com o fruto dos freelas. Ele custou, ao todo, de R$ 3 a R$ 4 mil  de investimento em máquina e espaço", calcula a diretora de arte Ihasmin Oliveira.

Os equipamentos vão, além de uma mesa, computador, cadeira e internet, que são considerados itens básicos, de luminárias potentes à ar-condicionado e extensores de tomadas. Tudo que trouxer conforto e segurança será de boa adesão. Para quem trabalha no método de home office, conforto é sinônimo de produtividade e isso implica até na roupa utilizada. "Trabalho bem à vontade, de pijama e pantufas, inclusive. Isso não me atrapalha em nada, pelo contrário, aumenta a minha produtividade" completa ela.

VANTAGENS E PERFIL DE UM MEI

COBERTURA DO INSS

Com o CNPJ MEI você estará coberto pela Previdência, com auxílio-doença, aposentadoria por idade ou invalidez, auxílio-maternidade etc.

NOTA FISCAL MEI

Com o CNPJ MEI você poderá emitir Nota Fiscal Eletrônica.

IMPOSTO FIXO, MENSAL E BARATO

Você pagará no máximo R$ 54 por mês de impostos de seu CNPJ MEI.

CONTA BANCÁRIA EMPRESARIAL

Ao abrir MEI, o profissional poderá ter conta jurídica e solicitar financiamentos.

FATURAMENTO MÁXIMO COM CNPJ MEI

MEI poderá faturar em média R$ 6.750/mês (R$ 81 mil em um ano).

MEI NÃO PRECISA DE CONTADOR

Controles simplificados do CNPJ MEI feito pelo próprio empreendedor.

FUNCIONÁRIO DO MEI

Ao abrir MEI, o profissional poderá registrar um empregado com tributação reduzida.

Fonte: Portal do Empreendedor (Governo Federal)

ROTINA 

Cada profissional que trabalha com home office planeja sua rotina da forma que melhor lhe for confortável. Uns preferem trabalhar de noite e deixam a parte da manhã e da tarde para cuidar de afazeres pessoais e domésticos. "Eu rendo melhor à noite e de madrugada. De manhã faço as coisas de casa e adianto um pouco o trabalho. De tarde vou ler, resolver alguma coisa fora de casa, fazer exercícios ou terapia", conta Thatiane.

Ihasmin já apresenta outra forma de organização. "Pego o grosso dos freelas no fim de semana, e de segunda a sexta eu apenas faço ajustes ou trabalho em alguma emergência", revela.

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