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Cinco professores trabalham para garantir o sucesso de alunos que sonham com a aprovação em concursos e vestibular. Conheça as histórias
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Atualizada às 15h40min de terça-feira, 8/1

Correção linha a linha

A professora Ritacy Azevedo, 53, propõe aos seus alunos um método de ensino prático de redação, seja para concursos públicos, seja para o vestibular. "Eu acredito no aprendizado de Redação quando o aluno tem oportunidade de construir o texto e de avaliá-lo linha a linha. É isso que os ajudo a fazer. Eu me prendo pouco à teoria, minha prática é fazer o texto com o aluno", explica. Com aproximadamente 22 anos de carreira, ela já trabalhou em colégios e cursinhos como professora de Português e Redação, ministrou oficinas e palestras em instituições públicas e privadas e também auxiliou a correção das redações do Enem, em 2012. 

O curso Ritacy Azevedo foi montado há cerca de vinte anos, após dissolução de um outro, chamado de Ápice. "Foi sugestão de uma filha expor meu próprio nome, que era conhecido nos cursinhos, na cidade. As pessoas não o ligavam diretamente ao Ápice, e, então decidi seguir com minha identificação à frente do curso". Ao todo, a professora mantém dois cursos presenciais (anual e semestral) e outros quatro on-line.  

Para Ritacy, escrever ela própria redações diante dos alunos lhes dá segurança. "É uma forma de eles compará-las aos próprios textos e obterem resultados rápidos. Também é muito importante que um professor de Redação esteja inteirado dos temas da atualidade, tenha bom repertório sociocultural e saiba fazer os alunos aproveitarem-no devidamente. Refere-se ainda à compreensão das propostas de textos. Às vezes, o aluno sabe escrever, construir bem os parágrafos, mas não atenta ao que foi pedido nelas", acrescenta. Do mesmo modo, a professora demonstra preocupação com a gramática do texto, seu vocabulário, sua coesão, seu léxico. 

Outra recomendação é avaliar bem o tema e ler os textos motivacionais observando o que pode ser aproveitado. Em seguida, construir uma introdução com ponto de vista claro e, então, desenvolver argumentos que o respaldem. Por fim, a professora trata da coerência e da coesão, inclusive entre os parágrafos. "Às vezes, as informações de um parágrafo não se concatenam às do anterior com progressão textual ou apenas as repetem". Para que isso seja evitado, é válida a releitura dos parágrafos antes de iniciar os seguintes atentando para o conteúdo e a funcionalidade de todos eles. 

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Graduada em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), especialista no Ensino de Literatura no Ensino Médio pela mesma universidade e mestra em Letras pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

ritacyazevedo.com.br

 

Lógica do magistério

 

Da matemática do pré-vestibular à estatística para concursos. A trajetória do professor Thiago Pacífico, 37, começou nas salas de ensino médio, mas chegou aos preparatórios de concursos há mais de dez anos, quando ele percebeu a carência no ensino de matemática financeira e raciocínio lógico. "A matemática financeira tem uma essência muito forte com as Ciências Atuariais (primeira graduação), e como eu já tinha essa veia do magistério me ajudou", lembra.

 

Thiago hoje é diretor de ensino e sócio-proprietário do Prime, com uma média mensal de 2.500 alunos na modalidade presencial, e entre seis a oito mil alunos por mês na modalidade on-line, que abrange o Brasil todo. "O curso tem chegado de forma mais intensa em Pernambuco e em Brasília, mas como eu e a Giovanna (Carranza) fazemos aulões em Brasília e no Rio de Janeiro acabam nos conhecendo. Porto Alegre e Rio Grande do Sul também", informa.

 

A teoria é ensinada por meio dos mapas mentais e "memorex", segundo ele. "Mais de 50% do curso é fazer exercícios, o aluno tem tempo de tirar as dúvidas, e em cima das dificuldades conseguimos orientar e corrigir falhas", explica Thiago. Ele separa os concursandos em dois tipos: profissional e oportunista. "O oportunista é aquele que quando sai o concurso quer em três meses absorver o conteúdo, mas não abre mão de lazer", define.

 

Para ambos, é fundamental ter um planejamento de vida, levantar as disciplinas importantes e aplicar metodologias. "Na primeira aula eu digo: mesmo que não seja para esse concurso, se você quer mudar de vida e entrar no serviço público, você tira anos de investimento, mas em compensação é pelo resto da vida", completa.

 

Thiago Pacífico

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Graduado em Ciências Atuariais pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e em Matemática - Licenciatura Plena pela Universidade Estadual do Ceará (UECE).

www.concurseiroprime.com.br

 

Técnica da produção textual 

 

O professor Marcelo Braga, 50, recebeu o convite para dar aulas em turmas de ensino fundamental quando cursava Filosofia. A identificação foi tanta que ele mudou para o curso de Letras e já soma 29 anos de magistério. É membro da Academia Cearense da Língua Portuguesa (ACLP), autor, palestrante e administra curso próprio há 21 anos. "Sempre tive vontade de ir para o lado do empreendedorismo, coloquei o curso, a coisa aos poucos foi se consolidando. Comecei a me ocupar demais e deixar as escolas, ficar somente no curso, hoje é uma marca", frisa.

 

De janeiro a outubro de 2018, o curso Marcelo Braga formou 380 alunos em turmas presenciais voltadas ao Enem, aos concursos e à área profissional em geral (Fala e Escrita). No site, foram contabilizadas 12.540 matrículas. "Para os concursandos, a indicação é que passem a resolver as provas da instituição. Em Redação, tem que entender primeiro o critério da banca para a qual ele prestará concurso", analisa o professor.

 

A redação do Cespe apresenta textos motivadores ou situações hipotéticas, e o candidato deve buscar responder aos tópicos de forma objetiva e concisa, explica o professor. Nos concursos realizados pela Fundação Carlos Chagas (FCC), há temas da atualidade e excertos, normalmente de materiais acadêmicos.

 

O Enem requer a defesa de um ponto de vista, mas só argumentos pessoais não são suficientes. "O candidato precisa dos argumentos de autoridade, de analogia, de exemplificação para reforçar o que está dizendo. Quando for à proposta de sugestão, é fundamental que a elabore de forma a não ficar dissociada do projeto de texto", detalha Marcelo Braga.

 

Marcelo Braga

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Graduado em Letras - Português Literatura pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), ocupa a cadeira de número 18 da Academia Cearense da Língua Portuguesa.

www.professormarcelobraga.com.br

 

Conteúdo e equilíbrio emocional

"Sempre gostei de dar aula, eu comecei a ensinar quando eu tinha 16 anos. Entrei na Medicina e abandonei para estudar Administração, a família quase enlouquece", conta a professora Giovanna Carranza, 37, também sócia do Prime. Na faculdade, ela era monitora dos colegas de curso e, por oito anos, trabalhou no Itamaraty como oficial de chancelaria. Saiu do serviço público para tornar-se empresária e, nas redes sociais, publica informações de concursos e conteúdo motivacional.

 

A principal ferramenta do professor de concurso, segundo Giovanna, é a didática baseada em linguagem simples e analogia. "Também não pode ser banal, tem que explicar de maneira objetiva para que o aluno tenha excelentes resultados", descreve ela. Para Giovanna, a disciplina é tão essencial quanto a inteligência emocional. "Às vezes, (o candidato) fica cinco anos estudando e não passa, não tem mais estabilidade na hora de estudar e fazer a prova. (É essencial) fazer um cronograma de estudos, escolher um bom material teórico e bons professores. Resolver questões, fazer esquemas e mapas mentais para revisar, e a resistência", conclui.

 

Giovanna Carranza

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Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Centro Americana - UCA, Especialista em Marketing e Publicidade e Mestre em Marketing Estratégico.

@giovanna.carranza

 

Roteiro da aprovação

Aos 18 anos, Gustavo Brígido entrou na sala de aula para ensinar História, no colégio 7 de Setembro. Cinco anos depois, já teve a experiência de ser  professor substituto do curso de Direito da UFC, onde concluiu a graduação. 

 

"Comecei a alimentar a expectativa de empreender no ramo do ensino jurídico e do preparatório para concursos, há 7 anos criei um curso on-line que leva meu nome. A gente tem tentado transformar os sonhos das pessoas em realidade".

 

Por mês, os cursos presencial e on-line do professor Gustavo Brígido alcançam cerca de cinco mil alunos. "A metodologia que eu adoto é a metodologia de ministrar aulas, focar na resolução de questões, na motivação dos alunos, na percepção de que a constante preparação e a não interrupção do seu estudo contribui para a sua aprovação. Tudo isso faz a diferença", argumenta.

 

Gustavo Brígido

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Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestre em Políticas Públicas e Sociedade pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), doutorando em Direito Constitucional na Universidade de Fortaleza (Unifor). Conselheiro estadual e presidente da Comissão de Estudos Constitucionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE).

www.gustavobrigido.com.br

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