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Os desafios do mundo vica
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Os desafios do mundo vica

Organizações enfrentam os desafios de engajar, atender às necessidades dos colaboradores e se posicionar no mundo VICA
Edição Impressa
Tipo Notícia

Neste século, boa parte das empresas precisou quebrar seus paradigmas e foi levada a se reorganizar na medida em que o mundo corporativo, altamente competitivo e dinâmico, avançava na urgência de transformá-las, de transcender do pensamento tradicional e linear para o pensamento exponencial de transformação, criatividade e inovação, marcado pela velocidade e pela aceleração no mundo complexo, que impacta no jeito com que o mercado se move e dita o que realmente as pessoas precisam aprender para desenvolver.

 

Portanto, convido a todos os profissionais que atuam na educação corporativa a inovarem em suas ações para contribuírem com o desenvolvimento das organizações, de forma a pensar exponencialmente, proporcionando ações que engajem mais, atendendo às reais necessidades dos colaboradores e gestores, para se posicionarem no mundo VUCA ou traduzido no Brasil como VICA, expressão em formato de acrônimo oriunda da Deloitte, uma das maiores consultorias do mundo em gestão empresarial, que o define como: 

VOLÁTIL, INCERTO, COMPLEXO e AMBÍGUO.

 

Na VOLATILIDADE, o volume das mudanças e a agilidade com as quais elas têm ocorrido tornam muito difícil prever cenários conservadores. Estar pronto para lidar com o inesperado é mais importante do que investir tempo em planejamentos muito detalhados. A INCERTEZA, ninguém consegue saber o que fazer agora ou amanhã, tudo muda aceleradamente, havendo uma pressão muito grande para se tomar as melhores decisões na urgência, o que nos deixa frágeis frente a mudanças disruptivas que pressupõem novos paradigmas.

 

Já na COMPLEXIDADE, não é possível prever os resultados de ações isoladas, pois elas fazem parte de um sistema complexo, o grau de dificuldade de saber por onde começar as inovações constantes nos remetem a necessidade de conhecimentos e busca de informações. A AMBIGUIDADE é a falta de clareza e concretude, os impactos de uma transformação disruptiva não podem ser analisados com base no histórico e em experiências anteriores, pois é um novo cenário. Isso dá margem a múltiplas interpretações igualmente pertinentes, o que nos remete a estarmos sempre prontos para mudar, e, esta rápida mutação será o seu diferencial.

 

Vale a pena refletirmos acerca das organizações no Ceará frente aos seus processos educativos. Como são desenhados os processos de educação corporativa? Como os profissionais atuantes nos ambientes de recursos humanos se organizam para propor ações de educação, sejam de qualificação técnica, comportamental ou focada na gestão do negócio? Qual a diferença na atuação desses profissionais nas empresas tradicionais e exponenciais? O que de fato estão fazendo para que isso alcance a velocidade das mudanças impostas pelo dinamismo no mercado atual? São reflexões que neste momento, à frente da nova gestão da ABRH/CE, fazem-se necessárias.

 

Parafraseando a pioneira no estudo sobre educação corporativa, a americana Jeanne Meister, referência mundial sobre educação corporativa e uma das fundadoras da Future Workplace, a educação corporativa deve ser dinâmica e com ações que realmente desenvolvam pessoas, tendo como instrumento as Universidades Corporativas, cuja missão é treinar e garantir o aprendizado contínuo de toda a cadeia de valor da organização: empregados, clientes e fornecedores. Ela é muito mais do que um departamento de treinamento revestido de um novo nome, pois representa um esforço notável da organização no sentido de desenvolver, em empregados de todos os níveis, as qualificações, o conhecimento e as competências necessárias ao sucesso nos trabalhos atuais e futuro das organizações, principalmente nas exponenciais.

 

Portanto, espero contribuir com todos os leitores para uma compreensão do quanto é importante a educação corporativa no mundo exponencial atual, para que se possa atender às reais necessidades das pessoas que dependem de vocês para atuarem de forma mais efetiva, tecnologicamente correta, mas sem perder a capacidade de amar e de serem mais humanas.

Ilana Maciel

 

Diretora Financeira da ABRH/CE e doutoranda em Avaliação da Educação (CORPORATIVA) - UFC

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