Relevância. É importante que o educador consiga demonstrar a importância de um tema/assunto para a vida. Correlacionar a aplicação de um conhecimento com a vida prática é fundamental para despertar o interesse.
Criticidade. A prática precisa estimular a elevação dos níveis de pensamento, de criticidade e refutabilidade, especialmente nos dias de hoje em que recebemos uma avalanche de informações diariamente e precisamos avaliar seus conteúdos com mais cuidado.
Constância. As práticas devem ter uma coerência de ritmo e frequência ao longo de um tempo. Por exemplo, não adianta plantarmos árvores no "dia da árvore" com o propósito de elevar a conscientização ambiental se tal ação for feita de maneira isolada, em um dia no ano apenas. Ou seja, é preciso dar encaminhamentos, rotinas produtivas e acompanhamento caso queiramos o sucesso de determinados objetivos de aprendizagem.
Colaboratividade/Cidadania. O mundo está competitivo demais, não é? Mas o que mais ajuda o desenvolvimento civilizatório é a capacidade de cooperar uns com os outros para resolver os problemas societários comuns. Portanto, as escolas têm o importante papel de estimular a colaboração em detrimento da competição.
Conveniência. Os educadores precisam saber adequar corretamente as linguagens, níveis de conteúdos, metodologias e tecnologias utilizadas para cada caso concreto e com cada turma, pois as pessoas/turmas são diferentes e possuem peculiaridades educacionais. Portanto, o que funciona bem em uma sala, poderá ou não funcionar em outra sala de aula. Os limites e possibilidades conforme as necessidades, características, preferências, interesses, habilidades, ritmos e estilos de aprendizagem precisam ser conhecidos.
Criatividade / Divergenciabilidade. As práticas pedagógicas estimulam a criatividade ou o pensamento divergente dos alunos? Ou seja, a capacidade de encontrar soluções diferentes para os velhos problemas? Essa é uma questão essencial para resolvermos os inúmeros problemas sociais.
Autonomia. É importante que as atividades desenvolvam a capacidade de autonomia dos estudantes em construir seus próprios conhecimentos, para que eles "andem com as próprias pernas" e não fiquem esperando apenas os comandos do professor. Quanto mais diretiva for uma atividade, pior para a independência de pensamento e para a capacidade de aprender autonomamente.
Comunicabilidade. Potencializar a qualidade de conteúdo, formas e meios de comunicação é fundamental atualmente. Na era digital em que as possibilidades de transmitir mensagens são tão diversas e trazem tantas consequências, essa habilidade não pode ser esquecida pedagogicamente.
Contextualização/Problematização/Interdisciplinaridade. Saber contextualizar os conteúdos para o mundo real, pinçar problemas da realidade e discuti-los de forma interdisciplinar, contemplando diferentes perspectivas e níveis de pensamentos, é algo indiscutivelmente importante em um mundo complexo e plural.
Ludicidade. Quanto mais lúdicas, divertidas e envolventes forem as atividades educativas, maiores serão as chances de serem desfrutáveis e motivadoras para a aprendizagem. Estudos recentes confirmam que o "cérebro precisa se emocionar" para aprender. E nesse sentido, estão referidas as boas emoções, que trazem boas experiencias e boas memórias.
Juízo Moral. O estímulo ao desenvolvimento do raciocínio e a competência moral revelam-se igualmente relevantes aos demais parâmetros, pois a quantidade de dilemas morais e problemas de ordem ética que se apresentam diariamente é estarrecedor.
Poderíamos continuar elencando outras variáveis, mas consideramos essas as principais a serem contempladas em uma boa prática pedagógica e recomendamos que os educadores ponderem sobre contemplá-las em suas práticas pedagógicas de rotina.
Então, que tal aplicar os Pedagômetro na sua sala de aula?
Igor de Moraes Paim
Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE
Doutor em Educação