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Inovação sustentável no setor alimentício
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Inovação sustentável no setor alimentício

A redução do desperdício de alimentos pode ser uma alternativa para inovar
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Um desafio atual do setor alimentício no Brasil é enfrentar a escassez de alimentos e também inovar. Mesmo com a diversidade de alimentos que o país dispõe, supermercados, padarias, restaurantes, por vezes recaem na monotonia. A falta de diversificação do setor causa impacto negativo tanto no prazer gustativo como em termos nutricionais.

 

O consumidor costuma deparar-se com produtos elaborados com alimentos característicos de outras regiões do País e até mesmo do mundo. Consequência da globalização que favorece a padronização da alimentação. Assim, os alimentos regionais também acabam perdendo apelo comercial.

 

No entanto, os consumidores estão cada vez mais atentos ao que adquirem e buscam muito além de prazer e nutrição. Há uma demanda crescente por 'comida de verdade'! Produtos mais naturais, livres de agrotóxicos, sem transgenia... Não somente a saúde. A sustentabilidade também tem sido um fator chave para a aquisição e consumo de produtos.

 

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 30% de toda a comida produzida no mundo vai parar no lixo. O desperdício de alimentos causa prejuízos econômicos, ambientais e sociais. O Brasil está entre os dez países que mais descartaram alimentos mundialmente, apesar de 2,5% da população ter passado um dia ou mais sem consumir alimentos ao longo de 2017.

 

Assim, cabe ao setor alimentício brasileiro inovar de forma sustentável, podendo iniciar pelo aproveitamento integral dos alimentos e reaproveitamento de partes que são normalmente descartadas, como cascas, sementes, talos e sobras de cortes, transformando-os em diversas preparações ou produtos com valor sensorial, nutricional e comercial agregado. 'Carnes' de cascas de frutas, cascas cristalizadas, farinhas de sementes são algumas alternativas para inovar de forma sustentável. A utilização de alimentos regionais também. Comercializamos e consumimos cranberry, enquanto desperdiçamos acerola.

 

Comer também tem se tornado um ato político. A preocupação com trabalho escravo e/ou infantil, animais, meio ambiente, empoderamento feminino, podem fazer com que o consumidor opte por adquirir ou não os produtos de determinada empresa ou estabelecimento.

 

Enquanto consumidores, cabe a nós demandarmos produtos sustentáveis. Desta forma, o mercado se sentirá pressionado a nos atender!

 

Ana Cristina Morais

Engenheira de Alimentos

Drª em Ciência e Tecnologia de Alimentos

Docente do IFCE - Campus Baturité

anacmorais@ifce.edu.br

 

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