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Cultura da Inovação
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Cultura da Inovação

Como enfrentar a dificuldade da inovação e conseguir assumir os riscos, ser crítico e criativo e implantar novas ideias
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Inovação é uma palavra que tem estado na boca de várias pessoas e nas estratégias de várias empresas. Esta palavra representa novidade, mudança e evolução, ou seja, alterar o que já existe para uma nova realidade, oferecendo respostas criativas a problemas antigos.

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É comum olharmos para países desenvolvidos como os Estados Unidos e perceber que ali existe inovação (em alguns aspectos). Mas quando olhamos para o Brasil vemos o quanto ainda precisamos melhorar para alcançar aquelas economias mais avançadas.

 

A grande dificuldade da inovação está em conseguir assumir os riscos, ser crítico e criativo, por a mão na massa na hora de implantar novas ideias e reinventar o que já está comodamente posto (e isso não é culpa das estrelas).

Muitas destas dificuldades estão ligadas a questões históricas, principalmente relacionadas à forma de colonização por qual passou o Brasil (colônia de exploração), que se fez refletir nos vários sistemas de governo do império e da república. Apesar dos esforços para alavancar a economia nacional, a sociedade já estava enraizada a um sistema paternalista (aquele em que as decisões são impostas de cima para baixo) que permeou todas as esferas sociais, tais como família e trabalho.

 

Todo este contexto histórico fez com que nossa economia se tornasse dependente de outras, dificultando a criação de produtos e serviços originais, e a sociedade, indisposta para propor e executar as mudanças desejadas.

A pré-disposição (ou a indisposição) brasileira para inovar pode ser explicada em grande parte pela cultura. A cultura é um conjunto de crenças, valores, hábitos, formados historicamente e compartilhados entre um conjunto de indivíduos.

 

Para que a inovação seja valor comum na nossa sociedade é necessário mais do que um discurso bonito sobre o que temos ou o devemos ter, e sim um debate profundo das limitações humanas e empresariais (coletivas) que impedem nossa capacidade inovativa.

 

Uma mudança cultural neste sentido (como toda mudança cultural) deve se iniciar pela educação. Formar novas gerações com crenças, valores e hábitos, nos moldes de uma geração Z ou Alfa com uma visão criativa e com menos medo de arriscar deverá ser uma preocupação recorrente dos países para construir uma cultura inovadora.

 

Há que se ressaltar que apesar das empresas serem as instituições que mais representam a possibilidade de mudança, são as pessoas comuns (como eu e vocês) que podem elevar o potencial de inovação do nosso país.

 

A chave da mudança está no indivíduo. Por mais que esta pareça uma frase clichê, ou uma utopia, ela essencialmente faz sentido quando olhamos pelo aspecto histórico-cultural. São estes mesmos indivíduos que serão os trabalhadores criativos, os patrões abertos a sugestões, os empresários destemidos, os líderes comunitários desbravadores, as mães super-didáticas, os professores mobilizadores...

 

E assim eu termino meu discurso bonito...

 

Amanda Conrado Pereira

Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE

 

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