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Sonho na ponta do lápis
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Sonho na ponta do lápis

A arquiteta Karina Diógenes já planeja o doutorado sem se distanciar do mercado
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Poderia ter se tornado uma engenheira florestal ou uma engenheira ambiental, mas pela falta dessas graduações em Fortaleza, Arquitetura e Urbanismo pareceu unir os interesses de Karina Diógenes, 37. Ainda na faculdade, quando foi bolsista de pesquisa por três anos, já mostrava interesse pela carreira acadêmica. Hoje, tem especialização em Gestão Ambiental Urbana feita no IFCE e mestrado com ênfase em urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP). Agora planeja o doutorado.

 A arquiteta estuda as possibilidades de fazer doutorado em Fortaleza, voltar para a Mackenzie ou fazer em "sanduíche", uma parcela no Brasil e outra no exterior. Como já tinha artigos publicados e hábito de leitura, escrever o projeto de mestrado e ler a bibliografia da seleção foi fácil para Karina. "A adaptação foi mais difícil que a seleção. Quando a vida está começando a se reestruturar no novo lugar, você tem que parar tudo e retornar", conta. Mudar de estado e deixar de trabalhar foram os seus maiores obstáculos.

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 Em São Paulo, onde ficou por dois anos e meio, conseguiu se sustentar com bolsa de pesquisa da Mackenzie e da Capes. Porém, antes de ter "profissão estudante", Karina atuou no mercado por dez anos. "Trabalhei com obra de construção civil, em loja de móveis planejados, em escritório de arquitetura de projetos de paisagismo, escritórios de arquitetura de planos diretores de municípios do interior do Estado, trabalhei em prefeitura do interior com licenciamento ambiental e no Governo do Estado e em uma grande empresa privada na área de hotelaria", lista. Seu foco sempre gira em torno de paisagismo, urbanismo e meio ambiente.

 Ao retornar do mestrado, passou a dar aulas em faculdades privadas. Ministra as disciplinas de Paisagismo, Responsabilidade ambiental e Estágio supervisionado na UNI7. "O desafio é ter esse equilíbrio de ensinar a teoria baseada em livros, em autores e em normas técnicas, mas deixar cada um no seu universo livre de criação", explica. De acordo com Karina, ser professora a obriga sempre estar atualizada para as aulas, o que reflete positivamente em seu desempenho como arquiteta.

 Apesar de ter o foco na docência, ainda se mantém ativa no mercado, realizando cerca de seis projetos por ano. Saber conciliar o interesse do cliente com a estética, durabilidade, utilidade, recurso financeiro e tempo de obra é o desafio a ser enfrentado. Também, lidar com profissionais de diferentes ramos. "Aprendo com jardineiro, aprendo com o pedreiro. Às vezes, a gente pede para fazer de uma forma e eles perguntam se pode fazer de outra. Ele me explica o porquê e pode fazer sentido, aí acabo usando aquela ideia em outros projetos".

 Com sua experiência na área, encontrou algumas dificuldades tanto no público quanto no privado. "Na coisa pública, dá para entender que nem sempre a vontade técnica é a que prevalece. Sempre tem uma vontade política muito forte, às vezes, até um pouco intangível. Na privada, eu acho que é ter uma vida própria. Eles dão toda uma estrutura física e de equipe, mas basicamente você não tem tempo de ter uma vida pessoal", afirma.

 4 dicas de Karina para quem quer ser arquiteto  

1. Ter humildade para ouvir profissionais de outras áreas é uma forma de aprender novas técnicas

 2. Não se preocupe em dominar todas os ramos da Arquitetura. O ideal é focar em três delas e se dedicar de verdade

 3. A graduação é só o primeiro passo para ser arquiteto. Procure se manter atualizado com participação em congressos, palestras e pesquisas próprias

 4. É essencial fazer o projeto pensando nos custos

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 Confira outros episódios em: https://bit.ly/2Fq8ZYK

 

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